A 162ª pesquisa de opinião da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelou as preferências dos eleitores de esquerda para a sucessão do presidente Lula em 2026. Embora Lula seja visto como o provável candidato para a reeleição, há incerteza sobre quem poderia herdar seu legado no futuro. A pesquisa incluiu nomes como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT); o prefeito do Recife, João Campos (PSB); o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB); o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT); e o deputado Guilherme Boulos (PSOL).
Segundo o levantamento, 60,2% dos eleitores identificados com a esquerda preferem que Lula concorra novamente em 2026. Entre os demais, Fernando Haddad tem 9% de preferência, seguido de perto por Guilherme Boulos (8,8%), João Campos (7,9%), Geraldo Alckmin (5,2%) e José Dirceu (1%), segundo as informações divulgadas pelo colunista Paulo Capelli, do Metrópoles.
Em um cenário sem Lula, Haddad surge como o principal nome, com 31,3% de apoio entre os eleitores de esquerda. Boulos é o segundo preferido, com 17,5%, enquanto João Campos conta com 12,7% das intenções. José Dirceu, cujas condenações foram anuladas recentemente, tem apoio de 3,3%. Além disso, 13,5% dos eleitores afirmaram que não escolheriam nenhum dos nomes apresentados, e 6,7% não souberam ou não responderam.
A pesquisa realizou 2002 entrevistas presenciais, nos domicílios, entre os dias 7 e 10 de novembro deste ano. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. O levantamento foi produzido pelo instituto MDA.
Recentemente, João Campos avaliou erros na campanha do PSol em São Paulo, onde o partido foi derrotado pelo prefeito Ricardo Nunes. “A prática precisa caber naquilo que você fala e aquilo que você fala precisa caber na sua prática. Eu não conheço de perto a trajetória de Boulos, mas eu acredito que ele teve uma roupagem diferente enquanto pré-candidato e candidato a prefeito”.
Boulos respondeu: “Não creio que ele está autorizado a me dar aulas de coerência, até porque, em 2020, quando ele se elegeu prefeito pela primeira vez, se elegeu com o mote ‘PT nunca mais. Hoje, que o Lula é presidente, ele virou o maior lulista do país. Para [de] querer dar lição de moral alheia. E mais do que isso: eu tenho lado. Tenho posições firmes, e ter posição firme tem um preço. Eu não vou conforme o vento”.
Como mostrou a coluna, a troca de farpas entre o deputado federal e o prefeito do Recife é reflexo do racha que a esquerda enfrenta para consolidar uma liderança para a suceder a Lula. Maior líder do segmento no Brasil, o petista deverá disputar sua última eleição presidencial em 2026.
De acordo com integrantes dos dois partidos e também do PT, a esquerda se dividirá na era pós-Lula. Um dos dilemas é: vale a pena abrir mão de espaços e dogmas para compor com outros campos políticos, flertando até mesmo com a direita, em nome de vitórias eleitorais? Ou o caminho seria manter os ideais da esquerda e evitar uma perda de identidade? Esse debate já começou, sobretudo após o fraco desempenho nas eleições de 2024 em âmbito nacional.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/pesquisa-cnt-aponta-que-haddad-e-preferido-da-esquerda-para-sucessao-em-2026-em-cenario-sem-a-presenca-de-lula/