A 16ª rodada da pesquisa Genial/Quaest revela que, em oito dos maiores colégios eleitorais do país, a maioria dos eleitores prefere que o próximo governador não seja aliado nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O levantamento abrangeu os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia e Pernambuco, que juntos representam 66% do eleitorado brasileiro.
Além de aferir o desempenho dos atuais governadores, o estudo traçou o panorama das disputas estaduais para 2026, avaliou áreas como segurança, educação e mobilidade, e mediu a percepção dos entrevistados sobre o papel dos líderes estaduais e federais diante da crise provocada pelo “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Aprovação dos governadores
Dois nomes que já se movimentam como pré-candidatos à Presidência da República lideram com folga a aprovação popular em seus estados: Ronaldo Caiado (União Brasil), em Goiás, mantém 88% de aprovação; e Ratinho Júnior (PSD), no Paraná, aparece com 84%. Ambos registram índices elevados e estáveis desde o início do ano.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também aparece bem avaliado, com 60% de aprovação. Na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) tem 59%; em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) conta com 55%, embora sua desaprovação tenha crescido. No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD) soma 58% de aprovação, enquanto Raquel Lyra (PSD), em Pernambuco, registra 51%. No Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL) enfrenta divisão acentuada: 43% aprovam sua gestão, enquanto 41% desaprovam.
Avaliação de políticas públicas
A pesquisa também mediu a percepção da população sobre áreas centrais da gestão estadual: infraestrutura, transporte público, emprego, habitação, educação, saúde, políticas sociais e segurança pública. Goiás e Paraná se destacam com os melhores índices gerais, com 74% e 64% de avaliação positiva em segurança e emprego, respectivamente. Pernambuco se sobressai na educação (55%), enquanto São Paulo tem melhor desempenho em infraestrutura e mobilidade (49%).
Na outra ponta, o Rio de Janeiro amarga 60% de avaliação negativa em segurança, e a Bahia tem 45% de reprovação nesse quesito.
Desempenho diante do “tarifaço”
A crise provocada pela sobretaxa de importação de produtos brasileiros decretada por Donald Trump também entrou no radar da pesquisa. Em quase todos os estados, os governadores foram melhor avaliados que Lula e Bolsonaro no enfrentamento da crise, com exceção da Bahia, onde o presidente teve 55% de aprovação, contra 44% do governador Jerônimo.
Em São Paulo, Tarcísio teve desempenho considerado positivo por 42% dos entrevistados, superando Lula (34%) e Bolsonaro (26%). Em todos os oito estados, o ex-presidente teve avaliação negativa majoritária, variando de 46% (Goiás) a 74% (Bahia).
Perfil desejado para o próximo governador
Quando perguntados sobre o perfil político ideal do próximo governador, os eleitores demonstraram forte preferência por candidatos independentes. No Rio Grande do Sul, esse percentual chegou a 60%, seguido por 44% em Pernambuco.
A ideia de um aliado de Lula à frente do Executivo estadual foi mais aceita na Bahia e em Pernambuco, com 40% de apoio. Já a possibilidade de um governador bolsonarista teve maior adesão em Goiás (30%) e Paraná (27%). Na Bahia, apenas 9% dos entrevistados manifestaram preferência por um aliado de Bolsonaro.
Intenção de voto e merecimento de reeleição
Entre os governadores que podem disputar novo mandato, Tarcísio de Freitas é visto como merecedor por 56% dos eleitores, contra 36% que discordam. Na Bahia, Jerônimo Rodrigues divide opiniões: 48% acham que ele merece continuar, e 48% discordam. Em Pernambuco, 54% acreditam que Raquel Lyra não merece um segundo mandato.
Caiado e Ratinho também lideram quando o tema é a capacidade de fazer o sucessor: 73% e 70% dos eleitores, respectivamente, acham que eles merecem essa chance.
Na corrida eleitoral, Tarcísio lidera em São Paulo com 43% das intenções de voto, contra 21% de Geraldo Alckmin (PSB). Em Minas, Cleitinho (Republicanos) tem 28%, à frente de Alexandre Kalil (16%). No Rio, Eduardo Paes (PSD) aparece com 35%, contra 9% de Rodrigo Bacellar (PL).
Na Bahia, ACM Neto (União) tem 41%, contra 34% de Jerônimo. No Paraná, Sergio Moro (União) aparece com 38%, seguido de Paulo Eduardo Martins (Novo), com 8%. No Rio Grande do Sul, Juliana Brizola (PDT) tem 21%, empatada tecnicamente com o Tenente-Coronel Zucco (PL), com 20%. Em Pernambuco, João Campos (PSB) lidera com folga, somando 55%, contra 24% de Raquel Lyra. Em Goiás, Daniel Vilela (MDB) tem 26% e está tecnicamente empatado com Marconi Perillo (PSDB), que aparece com 22%.
Pesquisa Genial/Quaest
Foram realizadas 10.146 entrevistas com brasileiros de 16 anos ou mais, entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais em São Paulo e três nos demais estados. O nível de confiança é de 95%.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/pesquisa-quaest-mostra-que-maioria-dos-eleitores-rejeita-aliados-de-lula-e-bolsonaro-nas-eleicoes-estaduais-de-2026/
