
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, na noite de quinta-feira (6), de uma reunião fechada com integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), que expressaram resistência à indicação de Edinho Silva para a presidência do partido. O encontro ocorreu no apartamento da futura ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em Brasília, e não constava na agenda oficial do presidente.
Os dirigentes da CNB alertaram que, no momento, Edinho teria dificuldades para ser eleito, mesmo com o apoio de Lula. Durante a reunião, foram mencionados outros nomes como possíveis opções, incluindo o senador Humberto Costa (PE), o deputado Rui Falcão (SP), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), e Paulo Okamoto, presidente da Fundação Perseu Abramo. Houve até a sugestão do ex-ministro José Dirceu, mas Lula teria descartado a possibilidade, argumentando que Dirceu deve focar em uma candidatura à Câmara em 2026.
Entre as críticas feitas a Edinho, destacou-se a condução de sua campanha sem alinhamento com a atual direção do partido. Também foi mencionada a presença do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci em um almoço promovido pelo empresário Márcio Toledo e a ex-prefeita Marta Suplicy, em São Paulo. Durante o evento, Edinho defendeu a necessidade de uma aliança entre setores da esquerda e do centro para enfrentar a direita bolsonarista em 2026.
Quaquá frisa que partido precisa ser pacificado
O prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, afirmou que qualquer candidatura deve ser articulada por Gleisi e ressaltou que o partido precisa ser pacificado. “O importante é que o próximo presidente do PT não concorra politicamente com a ministra”, afirmou.
Diante do impasse, ficou decidido que Humberto Costa assumirá interinamente a presidência do PT, já que Gleisi tomará posse na Secretaria de Relações Institucionais na segunda-feira (10). Sua escolha foi formalizada em reunião na sexta-feira (7) e será submetida ao diretório nacional no prazo de 60 dias, conforme determina o estatuto partidário. O mandato interino vai até julho, quando o PT realizará eleições para definir seu novo presidente.
A disputa interna reflete a insatisfação de parte da CNB com a escolha de Lula e a resistência de setores do partido à troca de comando. No mês passado, um jantar organizado para apresentar Edinho Silva foi cancelado após críticas em um grupo de WhatsApp da corrente majoritária. O movimento contrário ao nome de Edinho expõe um racha na legenda e um desafio para Lula na definição do futuro da sigla.
Com informações da Folha de S.Paulo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/petistas-desafiam-lula-e-articulam-nomes-alternativos-para-presidir-o-pt/