Insatisfeitos com as alianças definidas pela direção nacional, membros do PT em pelo menos quatro capitais brasileiras estão ensaiando um apoio informal a pré-candidatos do PSOL. O movimento ocorre no Rio de Janeiro, Curitiba, Recife e Salvador.
Como informa O Globo, no Rio de Janeiro, o PT ainda não decidiu oficialmente, mas uma aliança com o atual prefeito Eduardo Paes (PSD) parece provável. Paes, favorito na disputa, foi o único prefeito do Sudeste a apoiar Lula nas eleições de 2022.
No entanto, uma ala ideológica do partido, liderada pelo deputado federal Lindbergh Farias, já declarou apoio ao deputado Tarcísio Motta (PSOL), criticando Paes por sua postura pró-impeachment de Dilma Rousseff e seu diálogo com partidos de centro
Na capital pernambucana, o prefeito João Campos (PSB) é o favorito à reeleição e já informou ao presidente Lula que não irá compor com o PT. Recentemente, Campos exonerou dois secretários, Victor Marques (PCdoB) e Marília Dantas (MDB), que eram cotados para a chapa.
Embora um acordo formal entre Campos e o PT ainda não tenha sido anunciado, dirigentes preveem um cenário similar ao “fenômeno Danilo Cabral” de 2022, quando a maioria dos petistas apoiou a ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) em vez do candidato oficial do PSB. Este ano, a aposta dos petistas é Dani Portela (PSOL), líder da oposição na Assembleia Legislativa, com foco em políticas públicas para mulheres e negros.
“A base mais à esquerda não vota em João Campos. Ele pode ter o apoio oficial, mas a tendência é a base migrar para o PSOL,” afirmou o deputado estadual João Paulo (PT).
Em Curitiba, os petistas rechaçam o deputado federal Luciano Ducci (PSB). Apesar da decisão da direção nacional do PT, os parlamentares Zeca Dirceu e Carol Dartora ainda esperam concorrer. Andrea Caldas, professora e pré-candidata do PSOL, surge como uma alternativa.
“Ducci nunca foi nosso aliado,” frisou Zeca Dirceu.
Em Salvador, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) foi o escolhido pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) para disputar contra o atual prefeito Bruno Reis (União Brasil). Apesar do apoio de petistas influentes, a militância parece preferir Kleber Rosa (PSOL). Um vídeo de 2018, em que Geraldo Júnior aparece com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), tem causado desconforto.
“Até as pedras mudam, mas eu tenho um líder nacional que é o presidente Lula,” defendeu-se Geraldo em abril.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/petistas-insatisfeitos-ensaiam-apoio-ao-psol-em-quatro-capitais-incluindo-o-rio/