26 de julho de 2025
Eduardo Bolsonaro defende retaliação de Trump ao Brasil e sugere
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A Polícia Federal avalia novas medidas contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no âmbito do inquérito que investiga pressões ilegais contra autoridades brasileiras com o objetivo de impedir o julgamento da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. De acordo com investigadores ouvidos pelo blog da jornalista Andréia Sadi, no portal g1, não está descartada a possibilidade de mandados de busca e apreensão — e até mesmo de prisão — contra o parlamentar.

A resistência em adotar medidas imediatas se deve ao fato de que Eduardo Bolsonaro está atualmente nos Estados Unidos. Fontes ligadas à investigação indicam que sua presença em solo estrangeiro exige o acionamento de mecanismos de cooperação jurídica internacional para o cumprimento de ordens judiciais. Mesmo assim, ministros do Supremo Tribunal Federal e membros da PF avaliam que tanto Eduardo quanto seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, seguem obstruindo a Justiça e poderiam ser alvo de prisões preventivas.

Eduardo não foi incluído na operação da PF realizada na última sexta-feira (18), que teve como foco Jair Bolsonaro. A ausência do deputado da lista de alvos diretos foi interpretada como uma precaução, já que ele estaria se escudando da Justiça brasileira ao permanecer fora do país.

Ofensiva internacional contra o STF

Desde que se mudou para os EUA, Eduardo Bolsonaro intensificou sua articulação com políticos conservadores do país. Em maio, dois dias após sua chegada, organizou uma ofensiva com congressistas republicanos que resultou em uma carta à Casa Branca pedindo sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A iniciativa, segundo avaliação da Polícia Federal, integra uma tentativa deliberada de mobilizar atores estrangeiros para pressionar e constranger as instituições democráticas do Brasil. As autoridades consideram esse tipo de ação como forma de interferência internacional com potencial de ameaçar a soberania nacional.

Na decisão que embasou as ações da PF, o ministro Alexandre de Moraes foi enfático ao afirmar que Jair e Eduardo Bolsonaro “atuaram para estimular o governo estadunidense a pressionar as autoridades do país” em uma tentativa de “obstrução de Justiça”. Moraes também escreveu que ambos cometeram “atentados contra a soberania nacional”, ao buscar interferência em processos judiciais, com o objetivo de desestabilizar a economia e constranger o Supremo Tribunal Federal.

Apoio de Trump e repercussão internacional

A ofensiva ganhou apoio público de Donald Trump. Em publicação recente, o presidente dos EUA declarou que o processo contra Jair Bolsonaro deveria ser encerrado “imediatamente”. Na mesma ocasião, Trump anunciou a suspensão dos vistos de oito ministros do Supremo brasileiro, o que foi interpretado como mais uma ação coordenada para deslegitimar o Judiciário brasileiro.

Para investigadores, esse movimento internacional representa um risco à independência das instituições nacionais e fortalece o argumento da PF de que há uma campanha articulada contra a democracia brasileira. A expectativa é de que novas diligências sejam tomadas nos próximos dias, com possível avanço sobre Eduardo Bolsonaro, a depender da evolução da cooperação com autoridades dos EUA.

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/pf-avalia-prender-eduardo-bolsonaro-por-articulacao-internacional-contra-o-stf/