23 de novembro de 2024
PF desconfia que Gayer atuou com empresário para direcionar recursos
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Em representação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal aponta suspeita de que o deputado federal Gustavo Gayer (PL) atuou em conluio com um empresário de Goiás para desviar recursos públicos da cota parlamentar. O dinheiro, segundo a PF, teria contribuído para movimentar e direcionar os atos antidemocráticos de janeiro de 2023.

Ao analisar o celular do empresário, apreendido pela PF, a corporação diz ter identificado elementos de desvio de recursos “que teriam, em tese, contribuído para movimentar e direcionar os atos antidemocráticos”. Apuração teve início no contexto dos atos do 8 de janeiro. O empresário em questão trabalha para Gayer e foi alvo de busca e apreensão, quebra de sigilo telemático e prisão preventiva por “incitação, financiamento e participação a tomada dos prédios publico na Praça dos Três Poderes”, diz a PF.

Nesta quinta-feira, Gayer teve o celular apreendido, assim como cartões de memória e hds externos. Em um vídeo divulgado pelas redes sociais, ele afirmou ter sido acordado às 6h com a porta de sua casa, em Goiânia, sendo “esmurrada” pelos agentes. Ele, porém, disse não saber o motivo de ter sido alvo da operação e atribuiu a investigação a questões eleitorais.

— (A operação da PF) Numa sexta-feira, a dois dias das eleições, claramente tentando prejudicar meu candidato aqui em Goiânia — disse Gayer.

Segundo a polícia, Gayer tentou contratar o empresário como secretário parlamentar, mas não foi possível devido a impedimentos legais. Para contornar, foi constituída uma empresa no nome do empresário e o gabinete do deputado a contratou. Foram pagos R$ 24 mil em três parcelas.

Conforme a PF, a referida empresa foi usada para viabilizar o “recebimento de recursos públicos indevidos em razão de atividades políticas ilegítimas”. A investigação detalha que o parlamentar utilizou recursos da Câmara dos Deputados para manter a atividade de uma escola de inglês chamada Gustavo Gayer Language e de uma loja de venda de roupas que estava no nome do filho dele.

A polícia aponta, ainda, que o deputado comprou uma associação comercial desativada por meio dos seus assessores e pretendia qualificá-la como Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) com o objetivo de receber recursos públicos de emenda parlamentar. Segundo a investigação, existem indícios da prática de ao menos dois atos diferentes de falsificação de documento particular envolvendo a associação.

Conforme a polícia, o grupo atuava em dois núcleos: um no gabinete do deputado, envolvendo pessoas próximas e assessores, e outro incluída indivíduos ligados a um contador, que estavam “engajados na operacionalização de associações de fachada ou ‘laranjas’”.

“Essas entidades seriam utilizadas para viabilizar o desvio de recursos públicos, sendo essa operação perpetrada pelo núcleo associativo vinculado diretamente ao gabinete do deputado”, diz a PF.

Com informações do GLOBO.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/pf-desconfia-que-gayer-atuou-com-empresario-para-direcionar-recursos-publicos-a-atos-antidemocraticos/