8 de janeiro de 2025
Sim, Bolsonaro sabia da trama golpista’, afirma diretor-geral da Polícia
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A Polícia Federal (PF) está finalizando um relatório complementar na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, que resultou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras 39 pessoas. Em entrevista ao Globo, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, informou que depoimentos recentes e materiais apreendidos na Operação Contragolpe, realizada em novembro, estão sendo analisados para aprofundar as conclusões e apresentar novas evidências à Procuradoria-Geral da República (PGR).

O objetivo desse relatório é esclarecer detalhes fundamentais, como o financiamento dos atos golpistas e a eventual implicação de novos envolvidos. Apesar de a investigação já ter identificado financiadores e mentores, o depoimento de Mauro Cid, que mencionou contribuições financeiras do agronegócio, e outros dados ainda estão sendo examinados. A expectativa é que o documento ofereça subsídios mais robustos à PGR para avaliar possíveis novas denúncias.

“Ainda permanecem questões que estão sendo apuradas, até em razão da Operação Contragolpe (realizada em novembro). A partir das apreensões realizadas nessa fase, de depoimentos coletados, dos que ainda serão tomados e de outros fatores que estão sendo apurados, vamos finalizar um relatório complementar que também vai servir de base para a Procuradoria-Geral da República fazer a análise”, afirmou o diretor da PF.

“Não vamos passar a mão na cabeça de ninguém”, diz diretor da PF

Rodrigues admite que, em função dessas investigações, outras prisões podem ocorrer:

“Nós não vamos perseguir nem proteger ninguém. Se houver um fato novo que atenda aos requisitos jurídicos, técnicos e legais, é possível, sim, que outras prisões ocorram. Ninguém está imune à legislação. Todos temos o mesmo sentimento de que precisamos separar as instituições daquelas pessoas que se desviaram. Inclusive, um policial federal já foi preso. Não vamos passar a mão na cabeça de ninguém, seja militar, policial, profissional liberal”, disse.

Andrei Rodrigues reforçou que a PF mantém a postura de não proteger ou perseguir indivíduos, sejam civis, militares ou políticos. Sobre as acusações de um plano para assassinar autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, Rodrigues explicou que essas ações foram parte de uma estratégia para desestabilizar o país, mas não obtiveram adesão necessária para se concretizar.

Além disso, a PF investiga emendas parlamentares, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal, mas Rodrigues destacou que essa apuração será conduzida com cautela, sem criminalizar previamente os repasses feitos por parlamentares. Sobre possíveis novas prisões, como a do ex-ministro Augusto Heleno, ele afirmou que dependerá de fatos novos que atendam aos critérios jurídicos.

Esse relatório complementar busca ampliar o entendimento sobre a tentativa de golpe, consolidando as investigações já realizadas e permitindo avanços no processo judicial.

Com informações de O Globo

Fonte: https://agendadopoder.com.br/pf-prepara-relatorio-complementar-sobre-tentativa-de-golpe-de-estado-novas-prisoes-podem-ocorrer/