
O partido de Jair Bolsonaro mapeia resistência interna ao projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, informa o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles. Nos bastidores do PL, líderes calculam que a pauta tem apoio “garantido” de 80 dos 92 integrantes da bancada na Câmara. Eles atribuem a incerteza à ala ligada ao presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, que foi acionado para convencer os aliados a acompanharem o bolsonarismo raiz nessa pauta.
O PL iniciou um “esforço concentrado” para conversar com os presidentes dos partidos do centrão em busca de apoio ao projeto de anistia. Os alvos do cortejo são o PSD de Gilberto Kassab, o Republicanos de Marcos Pereira e o União Brasil de Antônio Rueda, que juntos somam 197 deputados.
O objetivo do PL é fechar os 257 votos para apresentar o projeto da anistia até o carnaval, ou seja, até o dia 28/2. Atualmente, a proposta está aguardando a criação de uma comissão especial. Mas nenhum partido chegou a indicar seus integrantes do colegiado. Os bolsonaristas pressionam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pular essa etapa e pautar o texto em plenário o mais cedo possível.
Recentemente, o PL enfrentou um problema com “infidelidade” da bancada, mas no sentido contrário. Insatisfeitos com o apoio oficial do partido ao centrista Motta, uma parte da ala mais ideológica de deputados da sigla votou em Marcel van Hattem (Novo-RS) para a presidência da Câmara. A “traição” irritou a cúpula da legenda, levando a reclamações nos bastidores.
No partido, não raro há divergências entre parlamentares ligados a Bolsonaro e a ala que já estava na legenda desde os tempos do Centrão. É justamente sobre esse segundo grupo que Valdemar tem mais influência.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/pl-mapeia-traicoes-internas-ao-projeto-de-anistia-para-envolvidos-no-8-1/