
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicam que ele tem demonstrado preferência pela candidatura de Michelle Bolsonaro ao Palácio do Planalto em 2026, informa Jussara Soares, da CNN Brasil. Apesar do crescente apoio de figuras do Centrão e empresários ao nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o candidato da direita, Bolsonaro continua insistindo nas pesquisas para manter o nome de sua esposa nas sondagens e como uma opção viável para a disputa presidencial.
A postura de Bolsonaro tem sido observada com atenção por seus aliados mais próximos, que afirmam que o ex-presidente, embora esteja inelegível e enfrentando o julgamento sobre o plano de golpe de Estado a partir da próxima terça-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF), tem se dedicado a manter Michelle como uma alternativa viável ao cenário político de 2026.
O dilema de Bolsonaro: Michelle ou Tarcísio?
Conforme apurou a CNN, interlocutores do ex-presidente explicam que, embora Bolsonaro tenha apreço por Tarcísio, ele teme ser marginalizado se seu aliado for eleito. “A confiança em Michelle sobressai, especialmente se comparada com os filhos dele, Flávio e Eduardo Bolsonaro, que também são mencionados como opções, mas com chances remotas”, disseram fontes próximas.
No entanto, a decisão de Bolsonaro em relação ao apoio a Michelle é vista como estratégica para não perder a liderança da direita. Para seus aliados, o ex-presidente enxerga na ex-primeira-dama uma figura com forte apelo junto aos eleitores femininos e evangélicos, além de ser alguém em quem ele confia plenamente. Isso é considerado fundamental, dado o receio de ser deixado de lado se Tarcísio se tornar o candidato da direita em 2026.
Ainda assim, há a percepção de que Tarcísio, embora tenha adotado um discurso mais político após a prisão domiciliar de Bolsonaro, tende a resistir à ideia de migrar para o PL e, consequentemente, se descompatibilizar do cargo de governador de São Paulo. De acordo com os aliados de Bolsonaro, Tarcísio não possui uma base sólida nas ruas e sua força política depende ainda muito do apoio do ex-presidente.
Michelle no PL: um papel crescente na política nacional
Aliados do ex-presidente também destacam a crescente atuação de Michelle Bolsonaro como presidente do PL Mulher, com uma agenda política nacional que inclui viagens frequentes a diversos estados. “A rotina de Michelle não indica que ela tenha planos de concorrer ao Senado pelo Distrito Federal, como se especula, mas sim de disputar a presidência”, afirmam as fontes do PL.
Embora a ex-primeira-dama tenha se distanciado da imprensa, evitando entrevistas, o papel de Michelle como porta-voz de Bolsonaro, especialmente em momentos delicados como sua prisão domiciliar, tem aumentado consideravelmente. “Michelle tem sido um elo importante entre Bolsonaro e seus eleitores, principalmente nas redes sociais”, observam os aliados. Sua postura, segundo os articuladores do PL, tem sido positiva para evitar desgastes antes de uma possível candidatura.
No entanto, mesmo com essa projeção, alguns aliados de Michelle reconhecem que ela ainda precisa se articular melhor no cenário político, principalmente em relação à política partidária e à construção de alianças.
Bolsonaro e Michelle: a relação com o futuro político
O apoio de Bolsonaro à candidatura de Michelle se reflete não apenas em sua confiança nela, mas também em sua estratégia para manter sua influência na direita, especialmente após os eventos políticos que o levaram a ser julgado pelo STF. Apesar do movimento crescente em torno de Tarcísio, que vem recebendo respaldo de presidentes de partidos como União Brasil e PP, Bolsonaro segue apostando na força de sua esposa.
Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de intensificar o policiamento no entorno da residência de Bolsonaro, Michelle usou as redes sociais para expressar o “enorme desafio” de “suportar as humilhações” que ela e sua família vêm enfrentando. Esse posicionamento, aliado à crescente visibilidade de Michelle, pode influenciar de maneira decisiva a construção do cenário eleitoral de 2026.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/por-medo-de-perder-lideranca-bolsonaro-prefere-michelle-a-tarcisio-para-2026/