O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), afirmou nesta terça-feira (5) que está a apenas duas assinaturas de conseguir protocolar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, quatro assinaturas foram obtidas apenas nesta terça-feira. “Domingo faltavam seis. Estamos muito próximos!!”, afirmou o senador.
A ofensiva ocorre em meio à escalada de tensões entre parte do Senado e o Judiciário, especialmente após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da imposição de novas sanções ao senador Marcos do Val (Podemos-ES), alvos de investigações conduzidas por Moraes.
Na segunda-feira (4), Portinho já havia informado ter alcançado 38 assinaturas das 43 necessárias — número equivalente à metade dos senadores da Casa — para protocolar o pedido de afastamento. A solicitação, inicialmente apresentada pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), menciona supostos abusos de autoridade cometidos por Moraes no exercício de suas funções.
Novo pedido em preparação
Portinho também afirmou que prepara um segundo pedido de impeachment, desta vez com foco direto nas medidas cautelares impostas a Marcos do Val, que passou a usar tornozeleira eletrônica nesta semana.
A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito de uma investigação que apura o vazamento de informações sigilosas da Polícia Federal. Do Val teria divulgado, em suas redes sociais, dados de inquéritos conduzidos pelo delegado Fabio Schor, que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.
Além da tornozeleira, Do Val teve o passaporte apreendido, contas bancárias bloqueadas e está sujeito a recolhimento domiciliar noturno nos dias úteis, além de confinamento integral aos fins de semana e feriados.
Pressão sobre o Senado
Carlos Portinho agora busca apoio entre parlamentares de partidos de centro para alcançar as 43 assinaturas. Caso consiga, o pedido será formalmente apresentado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem resistido a pautar esse tipo de iniciativa, em defesa da estabilidade institucional.
A movimentação de senadores alinhados à oposição bolsonarista ocorre em um momento de alta tensão entre os Poderes, com a intensificação das investigações sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e a tentativa de golpe atribuída a Bolsonaro e aliados.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/portinho-diz-que-faltam-apenas-duas-assinaturas-para-pedido-de-impeachment-de-alexandre-de-moraes/
