O prédio mais alto de São Paulo está prestes a mudar a paisagem da cidade. Com 219 metros de altura e 39 andares, a torre Alto das Nações, em construção na zona sul da capital, promete redefinir o horizonte urbano paulistano. O maior arranha-céu paulista perde em tamanho para o maior prédio de Balneário Camboriú (SC), mas não em investimento na obra.
A façanha do catarinense Senna Tower, com mais de 550 metros de altura em 157 pavimentos, é ser o maior prédio residencial do mundo. O valor total do investimento na obra é o mesmo do complexo paulista Alto das Nações: R$ 3 bilhões.
Se há paridade do valor das obras, há também proximidade no valor das áreas de construção. Um levantamento da FipeZAP, índice de preços de imóveis criado pela parceria entre o ZAP Imóveis e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), mostra que o metro quadrado em Balneário Camboriú estava na faixa de R$ 14,5 mil em abril deste ano. Em São Paulo, a mesma metragem custava cerca de R$ 11,5 mil, em relativas áreas nobres.
Em São Paulo, a história do terreno conecta a construção do complexo Alto das Nações ao passado comercial da capital. “Aqui estamos no local da loja número um do Carrefour. Agora, com a torre corporativa, nasce o maior edifício de escritórios do país”, disse o diretor de projeto Guilherme Nargara.
Prédio mais alto de São Paulo fica no terreno do primeiro Carrefour do Brasil
O Complexo Multiuso Alto das Nações ocupa um terreno de 58 mil m² na zona sul de São Paulo. De acordo com a WTorre, depois de inaugurado, em 2026, o complexo deve receber cerca de 10 mil pessoas por dia. O edifício ultrapassará os 172 metros do Platina 220, atual recordista, e se tornará o prédio mais alto de São Paulo.
O conjunto apresenta uma torre corporativa de alto padrão, edifício residencial, um futuro teatro, além de espaço com mais de 40 lojas, restaurantes e um mercado voltados para uma praça pública com mais de 32 mil m², livre de muros e conectada à estação de trem Granja Julieta. As obras avançam em ritmo intenso desde 2021.
A estrutura de concreto e vidro segue um cronograma com a execução de mais de duas lajes por mês. O vento, que chega a 40 km/h nas alturas, exigiu estudos em túnel de vento conduzidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo. A flexibilidade da torre foi ajustada para resistir às oscilações, para estabilidade e conforto aos ocupantes.
“O Alto das Nações não poderia ser apenas um conjunto de edifícios, mas um organismo vivo da cidade. Ao transformar o antigo mercado em um projeto sem muros, estruturado em torno de uma grande praça pública de convivência, criamos um ambiente onde arquitetura, mobilidade e vida urbana se conectam de forma orgânica”, afirma Jonas Birger, diretor-geral do escritório JBA Arquitetos, responsável pelo projeto.
Torre Alto das Nações pretende incrementar o turismo na capital paulista
O complexo vai abrir um mirante público com vista de 360º, abrangendo a avenida Paulista, a marginal Pinheiros e a represa de Guarapiranga. Uma estrutura de vidro suspensa permitirá aos visitantes “flutuar” sobre a cidade, em experiência semelhante à oferecida em Chicago.
O topo do edifício, acessível também à noite e aos fins de semana, quer reforçar o potencial turístico do local. Além do mirante, a torre contará com 33 elevadores divididos em zonas, heliponto e sistemas de circulação planejados para alto fluxo diário.
O volume total de concreto utilizado na obra alcança 108.842 m³. A quantidade é o bastante para encher cerca de 20 mil caminhões-betoneira enfileirados. A extensão da fila seria de 400 quilômetros, quase a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Além disso, as 10.231 toneladas de aço empregadas permitiriam construir uma réplica da Torre Eiffel. “A WT Alto das Nações é mais do que uma estrutura imponente, é um legado coletivo da engenharia e da construção civil brasileira”, destaca Marco Siqueira, diretor-executivo da WTorre.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/sao-paulo/predio-mais-alto-de-sao-paulo-metade-da-altura-mesmo-preco-gigante-de-balneario-camboriu/
