* Felipe Amorim
Afastado do cargo e preso desde março, o deputado Chiquinho Brazão custou R$ 1,24 milhão aos cofres públicos em 2024, de acordo com o Portal Transparência da Câmara dos Deputados. O parlamentar, que é acusado de arquitetar a execução da vereadora Marielle Franco, terá sua cassação julgada no ano que vem pela Casa. Entre pessoal de gabinete e outros gastos, ele ainda custa R$ 123 mil mensais, em média. O portal mostra os gastos até novembro, ou seja, este valor crescerá, quando dezembro for contabilizado.
Brazão ainda tem reservado para si um imóvel funcional em Brasília e emprega 24 pessoas, além de ter uma remuneração bruta de R$ 44 mil. Neste ano, a Câmara registra um único discurso dele em plenário, ainda em fevereiro, antes de ser preso em março. Detido desde então, ele tem 73 ausências não justificadas, o que onera o seu salário.
Cassado pelo Conselho de Ética da Câmara em agosto, o deputado recorreu à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e teve o recurso negado. A decisão foi remetida ao plenário, mas não foi pautada. O presidente da Casa, Arthur Lira, encerrou as atividades legislativas na Casa no dia 20 de dezembro sem pautar o tema. A prisão de Brazão rompeu a relação de Lira com chefe da articulação. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, teria dito a interlocutores que o presidente da Câmara tentou interferir na votação da manutenção da prisão de Brazão.
O deputado alagoano subiu o tom e chamou Padilha de “desafeto pessoal” e “incompetente”. Depois desse episódio, os dois romperam qualquer tipo de contato.
A decisão ficará para próxima legislatura. Lira deixa a presidência da Câmara em fevereiro de 2025. O líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), foi o escolhido para a sucessão do deputado alagoano e é favorito para vencer a disputa. Também concorrem ao cargo o pastor Henrique Vieira (Psol-RJ).
A Câmara priorizou aprovação de pautas econômicas. Nos últimos dias de trabalhos no Legislativo, os deputados concentraram esforços em aprovar a regulamentação da reforma tributária, o pacote de ajuste fiscal e a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Lideranças disseram ao portal UOL que o tema não foi mencionado nas últimas reuniões de líderes. Lira teria dito a aliados que não há “breques” para o caso e que não há “risco” de mudar a situação do parlamentar na Casa se analisar o processo em dezembro ou em fevereiro.
* Colaborador em Brasília do Blog do Ricardo Bruno.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/preso-brazao-custou-mais-de-r-12-milhao-aos-cofres-publicos-em-2024/