
A Itaipu levará à COP 30, em Belém (PA), o primeiro barco brasileiro movido inteiramente a hidrogênio verde. A embarcação, desenvolvida pelo Itaipu Parquetec em parceria com instituições federais e municipais, é considerado um avanço significativo na busca por transporte sustentável.
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“Temos algo que o mundo inteiro está buscando: um meio de transporte que não polui e que, em Belém, vai ajudar os trabalhadores que atuam com material reciclável“, afirmou o diretor-geral da Itaipu, Enio Verri. O convênio para desenvolvimento do produto nacional conta com a participação de órgãos parceiros, como prefeitura de Belém e Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), ligada à Universidade Federal de Belém.
O objetivo do projeto é que o barco seja utilizado nas atividades de coleta de resíduos sólidos urbanos nas ilhas pertencentes ao município de Belém. A embarcação ficará sob responsabilidade da Fadesp, que irá monitorar tanto seu uso na coleta seletiva quanto o abastecimento com hidrogênio verde, que está em produção na universidade, além de utilizá-lo em pesquisas.
Por enquanto, não há nenhum projeto para construir unidades do barco verde para a utilização comunitária na região fronteiriça, embora o Parquetec afirme que está aberto a novos convênios e a parcerias com empresas privadas interessadas em levar a tecnologia ao mercado.
O diretor de Tecnologias do Parquetec, Alexandre Leite, acredita que há grande potencial para explorar barcos movidos a hidrogênio na região do reservatório da Itaipu, em atividades como transporte de pessoas, lazer e pesca. “É um transporte que pode ser usado para a promoção do turismo sustentável”, exemplificou.
Barco movido integralmente por hidrogênio verde não emite ruído nem poluentes
A embarcação foi desenvolvida a partir da experiência de mais de dez anos da produção de hidrogênio verde no parque tecnológico da Itaipu, com construção no Centro de Tecnologias de Hidrogênio do Itaipu Parquetec, que tem uma equipe composta por técnicos, programadores, engenheiros, pesquisadores e bolsistas.
Com 1,5 tonelada e capacidade de carga de 9 toneladas, o barco é de alumínio, com 9,5 metros de comprimento por 3 metros de largura. Conta com um sistema fotovoltaico integrado complementar. A embarcação não emite ruídos nem poluentes. O único resíduo do motor a hidrogênio é água pura.
“É uma tecnologia que alguns países já estão desenvolvendo e nós temos condições de ajudar o Brasil a acelerar seu uso em barcos, caminhões, ônibus e até aviões”, afirmou o diretor-superintendente do Itaipu Parquetec, Irineu Colombo, resumindo que o barco reflete o papel do parque de reunir diversas frentes de pesquisas aplicadas em um ecossistema voltado à promoção da sustentabilidade.
Alternativa é viável, mas não a curto prazo
A falta de uma rota de abastecimento com hidrogênio e o preço do eletrolizador, que é importado, encarecem a solução para uso imediato. “A proposta foi pensada para ser um projeto-piloto e demonstrar a viabilidade técnica da solução” apontou Rogério Meneghetti, superintendente de Energias Renováveis do Parquetec.
De acordo com ele, a partir deste primeiro passo, o caminho é buscar avançar na proposta com a indústria e intensificar pesquisas para baratear a solução.
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Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/parana/primeiro-barco-hidrogenio-verde-do-brasil-cop-30/