22 de setembro de 2024
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O primeiro bloco do primeiro encontro televisivo para discutir as propostas para a prefeitura de Belo Horizonte começou com um embate entre a deputada federal Duda Salabert (PDT) e o estadual Bruno Engler (PL). Sorteada para abrir o debate, a pedetista questionou o bolsonarista sobre as mudanças climáticas:

Engler, por sua vez, respondeu que as chuvas são a principal problemática:

— É uma grande besteira dizer que meu partido é de negacionistas. O grande problema que Belo Horizonte enfrenta são as chuvas (…) Maneiras de mitigar essa água é ampliar as bacias e procurar soluções tecnológicas.

 A resposta deu início a um impasse.

— Deputado, o senhor apresentou um conceito equivocado, uma vez que a questão climática não se restringe apenas às chuvas (…) o senhor durante a pandemia se manifestou contra a vacinação, irá continuar tendo este posicionamento? — questionou Duda.

Engler rebateu que o intuito da parlamentar seria entrar em um debate ideológico. O deputado estadual disse que apenas considerou a chuva como principal e que respeita a liberdade de cada um.

O debate seguiu com uma pergunta de Engler ao candidato do Republicanos, Mauro Tramonte, sobre a saúde pública. Tramonte, por sua vez, focou seu questionamento a Duda em relação ao trânsito da capital mineira.

— Precisamos criar um novo contrato de ônibus a partir da opinião da população de quais são os problemas. Depois, iremos à Brasília para que ele tire do papel o SUM (Sistema Urbano de Mobilidade) — afirmou Duda, que completou na tréplica que tem coragem de enfrentar a máfia do transporte.

Em BH, o trânsito intenso é uma grande preocupação: uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada hoje aponta, inclusive, que o congestionamento pode ser equiparado ao de São Paulo. Segundo a amostra, os belo-horizontinos levam 57 minutos para percorrer dez quilômetros, enquanto os paulistanos, 58.

Desemprego e ‘déficit zero’

Em conflito entre o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (MDB) e Fuad Noman, o prefeito foi questionado sobre o emprego e oportunidades na capital. O político disse que já aumentou a geração.

— Fico apavorado com as observações porque tudo que vem sendo falado, a prefeitura já tem fazendo. Fico tentando entender onde é que está tão ruim como o senhor está falando — disse.

A pergunta do prefeito foi destinada ao senador Carlos Viana (Podemos) sobre um programa que fez para facilitar o acesso à internet na periferia. Viana concordou que o projeto é importante, mas afirmou que a prioridade é resolver o déficit econômico da cidade.

Fuad rebateu e disse que Viana não respondeu sua pergunta por não ter propostas e disse que a prefeitura está com os recursos em dia.

Mobilidade

Viana perguntou ao deputado petista Rogério Correia sobre a mobilidade urbana. O parlamentar do PT defendeu o metrô como uma das maiores problemáticas. Os dois discutiram sobre o legalidade do metrô, que o senador afirmou ter conseguido os recursos de forma individual.

Na sua pergunta Correia perguntou a Gabriel Azevedo também sobre o transporte público. O vereador ressaltou a CPI da Máfia dos Ônibus, que foi instaurado na Câmara Municipal e pontuou projetos como o tarifa zero para as periferias.

— Não tá bom, mas foi com as economias da Presidência da Câmara que se comprou novos ônibus — disse Azevedo.

Preparação para o debate

Ao longo desta quinta-feira, os candidatos fizeram verdadeiros “intensivões” para se preparar ao debate. O prefeito e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), dedicou seu dia para estudar temas que poderiam ser perguntados por seus adversários. Os postulantes escolheram levar seus vices e dirigentes partidários.

Segundo a última pesquisa Quaest divulgada na capital mineira, o cenário eleitoral é embaralhado. Na frente, lidera o candidato do Republicanos, o deputado estadual Mauro Tramonte, com 25% das intenções de voto. Ele tem o apoio de dois caciques mineiros — o governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.

Atrás de Tramonte, Fuad e outros cinco candidatos estão empatados tecnicamente. O nome do bolsonarismo, Bruno Engler (PL) está numericamente em segundo, com 11%.

A disputa também tem esquerda e direita dispersas. Além de Engler e Tramonte, a direita ainda tem a candidatura do senador Carlos Viana (Podemos). No centro, Fuad encontra um de seus maiores opositores, o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB).

Na esquerda, o deputado federal Rogério Correia (PT) não conseguiu convencer a também parlamentar Duda Salabert (PDT) a desistir da corrida e a enfrentará nas urnas. Neste contexto, a expectativa é de que o presidente Lula (PT) não esteja em Belo Horizonte neste primeiro turno. Além de Correia e Salabert, o PSD de Fuad Noman também integra sua base de apoio.

Apesar disso, durante a apresentação, Correia fez o “L”, símbolo usado em alusão ao presidente.

Com informações de O Globo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/primeiro-bloco-do-debate-na-teve-em-belo-horizonte-tem-embate-entre-candidato-do-pl-e-duda-salabert/