
Os deputados do PL mais leais a Jair Bolsonaro e ao seu filho Eduardo não disfarçam a insatisfação com os colegas de partido que votaram a favor do projeto de reciprocidade, informa Bela Megale em sua coluna no jornal O GLOBO. A medida, que contou com o apoio do governo Lula e também da maior parte da bancada do PL, autoriza o Brasil a adotar sanções comerciais contra países que não mantenham uma relação de igualdade econômica. A proposta surge como uma resposta direta ao anúncio feito por Donald Trump sobre a taxação de nações estrangeiras.
Bolsonaro chegou a se manifestar publicamente contra o projeto e solicitou a um grupo de parlamentares que votassem pela derrubada da medida. Contudo, o ex-presidente acabou cedendo à pressão do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e liberou a bancada. O argumento que o convenceu foi que o agronegócio, uma de suas principais bases de apoio, estava pressionando pela aprovação do projeto, e que o desgaste seria considerável se o partido se opusesse.
Embora Bolsonaro tenha dado seu apoio à medida, a ala do partido alinhada com seu filho Eduardo segue, com veemência, criticando a maioria dos colegas que se posicionaram a favor da proposta. Um dos argumentos desse grupo é que essa postura enfraquece a posição do PL como oposição ao governo Lula.
No que diz respeito ao conteúdo da proposta, o grupo argumenta que a reciprocidade em relação ao governo Trump “vai colocar gasolina na fogueira”. Eles acreditam que a medida pode agravar ainda mais as tensões comerciais, potencialmente levando a uma guerra comercial. Vale ressaltar que, até o momento, o Brasil foi um dos países menos impactados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos e tem defendido publicamente o diálogo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/projeto-da-reciprocidade-contra-o-tarifaco-de-trump-divide-grupo-de-eduardo-bolsonaro-e-pl/