O início do horário eleitoral trouxe benefícios para os prefeitos de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A primeira pesquisa Datafolha realizada após o começo da propaganda no rádio e na TV, divulgada na última quinta-feira, confirmou o favoritismo de Eduardo Paes (PSD) na disputa pelo comando da capital carioca.
Em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e, em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), também viram sinais positivos, reforçando a percepção de que as inserções eleitorais podem ser decisivas nas complexas eleições que enfrentam neste ano.
Na maior cidade do Brasil, após uma queda de quatro pontos na pesquisa anterior, Ricardo Nunes recuperou terreno, oscilando três pontos para cima, atingindo 22% das intenções de voto. Esse resultado o coloca em empate técnico com Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL), que lidera com 23%, mas também enfrenta uma disputa acirrada.
A chave para entender o impacto da TV está na leitura da pesquisa pelo recorte por renda. Entre os que ganham até dois salários mínimos, o candidato à reeleição subiu dez pontos. Também foi nesse segmento que a rejeição a Marçal mais subiu, ajudando a puxar uma alta geral de oito pontos no percentual de paulistanos que o repelem.
— Com o início da propaganda eleitoral, a campanha começou de verdade, crescendo a exposição de Nunes no rádio e na TV, mídias muito importantes na comunicação com a periferia da capital paulista — avalia o fundador do Locomotiva, Renato Meirelles, em análise feita no âmbito da parceria entre o instituto e o GLOBO.
Com a exposição de feitos da gestão na propaganda, Eduardo Paes conseguiu não só manter a vantagem confortável nas intenções de voto, com oscilação de três pontos para cima, como também melhorar — para fora da margem de erro — dados importantes como a votação espontânea, rejeição e avaliação de governo.
No cenário em que os entrevistados não são apresentados ao cardápio de candidatos disponíveis, o prefeito já registra 39%, oito a mais do que em agosto, e ostenta uma sólida consolidação do voto. Ao mesmo tempo, diminuiu em cinco pontos a rejeição, agora em 14%, e melhorou em cinco pontos a avaliação do governo, considerado ótimo ou bom por 50% dos cariocas e ruim ou péssimo por 13%.
Primeira majoritária
Assim como Nunes com Marçal, Paes celebra o resultado da pesquisa para o principal adversário na disputa, Alexandre Ramagem (PL). O candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro até oscilou dois pontos para cima na intenção de voto, agora em 11%, mas viu a rejeição subir seis pontos.
Fuad Noman compartilha algumas semelhanças com Nunes. Ambos eram vices, assumiram as respectivas prefeituras nos últimos anos e enfrentam agora a primeira eleição majoritária como cabeças de chapa. Têm como desafio convencer o eleitorado de que merecem um segundo mandato.
Em BH, Fuad conseguiu subir quatro pontos no Datafolha, na esteira de um programa eleitoral focado em se apresentar a destacar o que tem feito na cidade. Foi o único candidato que cresceu acima da margem de erro entre as pesquisas de agosto e setembro. Agora, desponta com 14% — ainda distante do líder Mauro Tramonte (Republicanos), que tem 29%, mas já numericamente em segundo.
— Fuad já trabalhava em pré-campanha, fazia comunicação da prefeitura, mas chega na eleição com índices altíssimos de desconhecimento. Com uma televisão bem feita, o crescimento foi esse — afirma o marqueteiro do candidato, Paulo Vasconcelos.
Ao contrário do que alguns vaticinaram, diz ele, a TV não passou a ser inútil após a ascensão da internet como ferramenta de campanha.
— Tinha lido alguns comentários precipitados, já condenando a TV como um produto de velha guarda. Mas o que ela tem mostrado é a eficiência para quem tem tempo e o que mostrar. Quando a campanha começou, era tratada como a ferramenta dos marqueteiros dinossauros, mas não é. Trará resultados — diz.
No Rio, Vasconcelos enfrenta o oposto: ele trabalha na campanha de Ramagem, que vê Paes se destacar em diferentes aspectos da pesquisa.
— Eduardo já tinha comunicação de governo, grande estrutura de redes sociais, e o Ramagem chegou muito em cima da hora. Há muita coisa em construção, como o impulsionamento de rede, e acho que a TV poderá dar a ele um bom resultado — aponta. — Com um índice de desconhecimento assombroso, os primeiros 10, 15 dias na TV são quase um pedágio para Ramagem.
Com informações de O Globo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/propaganda-em-radio-e-tv-impulsiona-reeleicao-de-candidatos-nos-tres-maiores-colegios-eleitorais-do-pais/