O PT articula uma chapa forte para disputar o governo de São Paulo em 2026, apostando na candidatura do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ao Executivo e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ao Senado. A ideia é formar uma frente competitiva contra o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que deve tentar a reeleição. No entanto, a proposta encontra resistência tanto dos possíveis candidatos quanto de setores do PSB, que veem a movimentação como uma tentativa petista de jogar Alckmin para uma disputa de difícil sucesso.
A avaliação interna do PT é de que Alckmin, por ter governado o estado quatro vezes, poderia atrair votos suficientes para evitar uma vitória de Tarcísio já no primeiro turno. Sem um nome forte, lideranças petistas temem que o governador ultrapasse os 70% dos votos, o que fortaleceria sua posição nacional e poderia impactar negativamente um eventual projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, uma derrota acachapante no maior colégio eleitoral do país poderia dificultar a construção de alianças para 2026.
Alckmin, por enquanto, não tem interesse em concorrer
No entanto, Alckmin não demonstra interesse em concorrer. Segundo aliados, o vice-presidente não cogita voltar ao governo paulista e não houve, até o momento, conversas concretas sobre sua candidatura. Além disso, ele está à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e não sinalizou desejo de trocar sua posição de vice-presidente para disputar um cargo estadual. O próprio PSB, partido de Alckmin, vê a articulação petista com desconfiança. O presidente da sigla, Carlos Siqueira, ironizou a movimentação, afirmando que o partido deseja manter o ex-tucano na chapa de Lula, e não lançá-lo em uma disputa com alto risco de derrota.
Outra peça-chave na equação é Fernando Haddad. Com sua popularidade crescente e o cargo estratégico no Ministério da Fazenda, o ex-prefeito de São Paulo seria o nome do PT para o Senado, garantindo um palanque alinhado a Lula no estado. Dentro da legenda, há um entendimento de que ele teria boas chances contra possíveis adversários bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro (PL) e Guilherme Derrite (PP). No entanto, Haddad também resiste à ideia e tem afirmado a aliados que não pretende disputar um cargo eletivo em 2026.
Helder Barbalho cotado para ser o vice de Lula na chapa de 2026
A articulação petista não visa apenas a eleição estadual. Caso Alckmin aceite concorrer ao governo paulista, a vaga de vice-presidente ficaria aberta para negociação. O PT considera que essa posição seria estratégica para atrair o MDB para a aliança de Lula, com o governador do Pará, Helder Barbalho, como principal cotado para a composição da chapa.
Apesar dos entraves, Lula é visto como a única figura com peso suficiente para convencer Alckmin e Haddad a entrarem na disputa. Segundo lideranças petistas, o presidente pode oferecer garantias, como o retorno do vice-presidente ao ministério caso não tenha sucesso na eleição estadual. Ainda assim, o cenário continua incerto, com o PSB relutante e a falta de um nome petista alternativo para a disputa ao governo paulista.
Enquanto a definição não ocorre, outro nome que circula entre os aliados de Lula é o de Márcio França (PSB), ex-governador paulista e atual ministro da Microempresa e Empreendedorismo. França tem interesse na disputa, mas enfrenta resistência dentro do PT, que considera sua candidatura pouco competitiva.
Diante do impasse, a estratégia petista para São Paulo segue indefinida. Com Tarcísio consolidado e sem um nome de peso para enfrentá-lo, a legenda busca alternativas para evitar um cenário de derrota que poderia enfraquecer Lula na corrida presidencial de 2026.
Com informações de O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/pt-quer-alckmin-disputando-o-governo-de-sp-e-haddad-candidato-ao-senado-mas-enfrenta-resistencia/
