O Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE ) do PT reúne-se nesta quarta-feira (26) para tentar bater o martelo sobre quais candidaturas o partido irá bancar e em quais municípios irá apoiar aliados, informa o Blog da Andréia Sadi, no portal g1.
Inicialmente, a legenda trabalha com a ideia de candidaturas próprias em 11 capitais, podendo chegar a 15. As convenções partidárias, que irão escolher os candidatos, começam em 20 de julho.
Ao contrário do que fez nas últimas eleições municipais, o partido pretende concentrar recursos nas cidades nas quais têm mais chance de vitória. Em 2020, havia uma preocupação com a narrativa do “Lula Livre” e a sigla optou por ter o maior número de candidaturas possíveis para pulverizar o discurso contrário à prisão do agora presidente da República.
O resultado desastroso, sem a conquista de nenhuma capital, levou o partido a adotar, agora, estratégia oposta.
Essa lógica levará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a priorizar também os palanques mais competitivos. A seletividade também contribui para evitar confrontos com partidos que integram sua base na esfera federal, mas que possam estar em lados opostos na esfera municipal.
As projeções internas são mais otimistas para duas capitais: Teresina e Fortaleza. Não à toa, são as cidades escolhidas por Lula para cumprir agendas no último final de semana nesse novo giro de viagens, já focado nas eleições. Nos dois municípios, os prefeitos, Dr. Pessoa e José Sarto, estão com avaliações piores do que os governadores de seus estados, Rafael Fonteles e Elmano Freitas, ambos petistas.
Também são consideradas prioridades Vitória, onde o candidato deve ser João Coser, e Porto Alegre, onde o bolsonarismo tem muita força, mas que a atuação do governo federal na mitigação do efeito das enchentes pode abrir caminho para a candidatura da deputada federal Maria do Rosário. Outra aposta é Delegada Adriana em Goiânia — tem um perfil mais conservador e tem apresentado bons números em pesquisas internas.
Força do Lula 3
Em outras cidades, já há decisão pelo apoio a aliados para somar forças contra o bolsonarismo. Entre integrantes do grupo de trabalho eleitoral, a avaliação é de que o PT superestimou o poder que Lula teria como cabo eleitoral nas eleições municipais. Ainda em 2023, havia expectativa de que, em 2024, o governo teria conseguido amadurecer e já estar colhendo os louros de políticas públicas do Lula 3. Na prática, o PT não conseguiu controlar a narrativa, a popularidade do presidente não decola e não há segurança da capacidade de transferência de votos do petista.
Para tentar reverter o domínio que a direita alcançou na região Norte, por exemplo, o PT vai apoiar o candidato do MDB, Marcus Alexandre, contra o atual prefeito, Tião Bocalom (PL).
Já em Salvador, Lula vai apoiar Geraldo Júnior (MDB) contra o atual prefeito, Bruno Reis (União). Embora haja risco de incomodar o partido do atual alcaide, a Bahia é considerada estratégica, não só pelo tamanho do seu colégio eleitoral, como pelas sucessivas gestões de governadores petistas — já são 16 anos.
Em outras cidades, o PT não conseguiu chegar em 2024 com nomes fortes para disputar. É o caso de Rio de Janeiro e Recife, onde o partido tem encontrado dificuldades até para indicar um vice. E São Paulo, onde Lula atuou para garantir que o partido honrasse com o compromisso feito por ele com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
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