12 de março de 2025
Quaquá: “Lula nunca declarou apoio a Edinho Silva”
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O vice-presidente do PT, Washington Quaquá, reforçou sua oposição à candidatura de Edinho Silva à presidência do partido em entrevista à coluna de Malu Gaspar, de O Globo. Segundo Quaquá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca manifestou apoio oficial ao ex-prefeito de Araraquara (SP), apesar dos rumores. “Quando o presidente Lula quer alguém, ele fala. Ninguém ouviu do Lula essa defesa do Edinho até agora”, afirmou o prefeito de Maricá.

Integrante da corrente majoritária do PT, Construindo um Novo Brasil (CNB), Quaquá esteve em um jantar com Lula na semana passada, no qual um grupo de lideranças do partido reiterou a oposição a Edinho. Ele criticou o fato de Edinho se apresentar como candidato com suposto apoio de Lula sem ter respaldo da base partidária. “O Edinho usa um pretenso apoio para impor uma candidatura que não tem apoio da base, nem do comando dos principais estados”, disparou Quaquá.

A candidatura de Edinho tem o apoio de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Saúde) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social), além de figuras como Jaques Wagner (BA) e o ex-ministro José Dirceu. No entanto, a resistência a seu nome ganhou força dentro do partido, principalmente entre aqueles que participaram do jantar com Lula, incluindo Gleisi Hoffmann, José Guimarães (CE), Jilmar Tatto (SP), Odair Cunha (MG), Humberto Costa (PE), Beto Faro (PA) e Paulo Okamotto.

Quaquá afirmou que a CNB definirá um candidato alternativo e que Edinho não será escolhido pela corrente majoritária. Ele aposta no nome do atual presidente interino, Humberto Costa, desde que este consiga mobilizar a militância até julho. “Se você pegar os diretórios com maior número de filiações nos últimos anos, como Rio, Minas Gerais, Pará, Pernambuco e Ceará, Edinho não tem o apoio de nenhum deles”, argumentou.

A expectativa era que a saída de Gleisi Hoffmann da presidência do partido para assumir a Secretaria das Relações Institucionais do governo federal facilitasse uma transição pacífica na liderança petista, mas a disputa interna mostra que a estratégia não surtiu o efeito esperado.

Além disso, Quaquá criticou a falta de legitimidade de Edinho, citando a derrota de sua sucessora na prefeitura de Araraquara para um candidato do PL. “Eles não podem querer impor um nome que foi derrotado em uma cidade pequena”, afirmou.

A eleição para a presidência do PT estava prevista para 2023, mas foi adiada para evitar conflitos internos no primeiro ano do terceiro mandato de Lula. No entanto, a disputa se intensificou em 2024, em um momento de crise de popularidade e governabilidade do governo federal.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/quaqua-lula-nunca-declarou-apoio-a-edinho-silva/