Quem é Marcelo Lima, prefeito de São Bernardo afastado pela PF por suspeita de corrupção – Agenda do Poder

O prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo nesta quinta-feira por determinação judicial no âmbito de uma investigação da Polícia Federal. A medida faz parte da Operação Estafeta, que também tem como alvos o presidente da Câmara Municipal, Danilo Lima Ramos — primo do prefeito —, e o vereador Ary José de Oliveira (PRTB).

Marcelo Lima Fernandes, de 42 anos, é formado em gestão pública e iniciou a carreira política como vereador em São Bernardo do Campo, cargo que ocupou entre 2009 e 2016, e foi vice-prefeito do município de 2017 a 2022, na gestão de Orlando Morando — atual secretário de Segurança Pública da cidade de São Paulo. Também exerceu mandato de deputado federal em 2023.

Sua primeira candidatura a um cargo legislativo estadual ocorreu em 2014, pelo PPS (atual Cidadania), quando recebeu 35.061 votos e não foi eleito. Em 2018, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PSD, obtendo 53.933 votos, também sem sucesso. Quatro anos depois, em 2022, candidatou-se novamente a deputado federal, desta vez pelo Solidariedade, e conquistou 110.430 votos, garantindo a eleição. Contudo, teve o mandato cassado em novembro de 2023 por infidelidade partidária, após trocar a legenda pela qual havia sido eleito para o Podemos.

Em 2024, disputou a prefeitura de São Bernardo do Campo e teve como principal adversário político seu ex-aliado Orlando Morando, que apoiou a candidatura da sobrinha, Flávia Morando. Flávia foi eliminada ainda no primeiro turno, e Lima avançou para a segunda etapa contra Alex Manente, do Cidadania. Com o apoio de Morando, Marcelo Lima venceu a disputa com 55,7% dos votos válidos.

Durante a campanha, apresentou propostas como a ampliação do “Programa Educar Mais” de ensino integral, o fortalecimento da Patrulha Maria da Penha e investimentos no Centro de Referência do Autismo.

Operação Estafeta

De acordo com a Polícia Federal, Marcelo Lima é alvo de investigações por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro, com “indícios de atuação na administração pública” do município. As apurações tiveram início em julho de 2025, após a apreensão de R$ 14 milhões em espécie com um servidor da cidade, acusado de integrar uma organização criminosa que teria atuação na administração municipal. A suspeita é de que o dinheiro seja fruto de um esquema de corrupção envolvendo a prefeitura.

Nesta fase, os agentes cumprem duas prisões preventivas, 20 mandados de busca e apreensão e medidas de afastamento de sigilos bancário e fiscal. As ordens judiciais são executadas em São Bernardo, Santo André, Mauá, Diadema e na capital paulista. Os investigados podem responder por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal seguem apurando a participação dos investigados no suposto esquema.