O ex-deputado José Luiz Penna foi reeleito presidente nacional do Partido Verde (PV) no último sábado, em meio a divisões internas e acusações de falta de transparência. No cargo desde 1999, Penna é o dirigente partidário mais longevo do Brasil, superando nomes como Valdemar Costa Neto (PL) e Gilberto Kassab (PSD). Especialistas apontam que a permanência prolongada de líderes dificulta a renovação política dentro das legendas.
Após mais de 15 horas de reunião virtual, a chapa de Penna obteve 82 votos (61,65%) contra 51 (38,35%) da oposição, liderada por Edson Duarte, ex-ministro do Meio Ambiente. A convenção nacional do partido destacou a liderança de Penna, mas também aprofundou o racha interno. Segundo Duarte, a gestão de Penna concentra decisões e carece de transparência na distribuição de recursos partidários e eleitorais.
Impactos e desafios
Penna, que ingressou no PV em 1989, liderou articulações como a formação da federação Brasil da Esperança, composta por PV, PT e PCdoB, nas eleições de 2022. Ele não quis se manifestar para esta reportagem.. Em 2025, o PV assumirá a presidência da federação, considerada estratégica para recuperar espaço político após queda expressiva no número de prefeituras: de 47 para 14 em quatro anos.
Duarte critica a gestão de Penna por não priorizar agendas ambientais e de diversidade, historicamente associadas ao partido. Ele também acusa o dirigente de interferência nas eleições internas, sem uma comissão eleitoral independente e com alegações de pressão sobre lideranças estaduais.
Renovação limitada
A cientista política Monalisa Torres, da Universidade Estadual do Ceará, avalia que a manutenção de líderes por décadas reflete uma profissionalização dos partidos, mas também consolida poderes individuais. Já Luciana Santana, da Universidade Federal de Alagoas, alerta que a falta de renovação reduz a entrada de novas lideranças e perpetua “vícios internos” no funcionamento das legendas.
Além de Penna, outros dirigentes há mais de uma década no comando incluem Valdemar Costa Neto, líder do PL desde 2000, e Gilberto Kassab, à frente do PSD desde 2011. No entanto, enquanto líderes como Carlos Siqueira (PSB) sinalizam mudanças, o PV segue enfrentando desafios para renovar quadros e recuperar sua relevância política.
Com informações de O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/reeleicao-de-penna-no-pv-acirra-disputas-internas-e-expoe-desafios-a-renovacao-partidaria/
