O prefeito Ricardo Nunes (MDB) está prestes a anunciar o nome do ex-oficial da Rota Ricardo de Mello Araújo (PL) como seu vice na disputa pela reeleição à Prefeitura de São Paulo, aceitando a indicação de Jair Bolsonaro (PL).
Nesta quarta-feira (19), dia de seu aniversário, o governador Tarcísio de Freitas organiza um jantar no Palácio dos Bandeirantes com as lideranças dos partidos que apoiam Nunes, onde a escolha do vice será oficializada. Além do PL, que abriga Mello Araújo, o MDB, o Republicanos, o PP e o PSD já indicaram apoio ao nome.
A sugestão do coronel aposentado da Polícia Militar foi feita em janeiro, mas Nunes vinha adiando a decisão para conciliar interesses entre seus aliados bolsonaristas e outros partidos da base, que propuseram outros nomes. A pressão de Bolsonaro prevaleceu, e nas últimas semanas, Araújo também recebeu o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O União Brasil ainda não confirmou seu apoio, com o presidente da Câmara, Milton Leite (União), sugerindo outros nomes, embora ele tenha garantido apoio a Nunes em qualquer cenário. Outros partidos da base que devem estar presentes no jantar incluem Podemos, Solidariedade, Avante e PRD.
Nunes resistia à indicação de Araújo por diversos motivos, incluindo a preocupação de que um vice aliado de Bolsonaro possa prejudicar seu desempenho entre eleitores de centro. A capital São Paulo não é majoritariamente bolsonarista, com a maioria dos votos nas eleições de 2022 indo para Lula (53,54%) e Fernando Haddad (54,41%). Além disso, uma pesquisa Datafolha de maio mostrou que Bolsonaro é rejeitado por 61% dos eleitores paulistanos, em comparação a 45% de rejeição a Lula.
Outro motivo de resistência é a falta de proximidade entre Nunes e Araújo, que se encontraram poucas vezes, especialmente quando Araújo presidia a Ceagesp entre 2020 e 2022. Nunes também quer evitar o tema da segurança pública em seus discursos, uma área que considera competência do governo estadual.
Em 24 de maio, o PRTB anunciou Pablo Marçal como pré-candidato à prefeitura de São Paulo. Pesquisa Datafolha de 29 de maio mostrou Marçal com 7% das intenções de voto, o que levou adversários a reconsiderar suas estratégias eleitorais. O potencial de Marçal para atrair eleitores bolsonaristas fortaleceu a posição do PL de Bolsonaro na indicação de Araújo.
Marçal chegou a se reunir com Bolsonaro e postou uma foto com ele nas redes sociais, apesar do ex-presidente garantir apoio a Nunes. A pressão para que Nunes mostrasse um alinhamento claro com Bolsonaro aumentou, com a aceitação de Mello Araújo como vice sendo vista como um sinal claro dessa aliança.
Na última sexta-feira (14), Nunes se reuniu com Bolsonaro, Tarcísio e Mello Araújo na Prefeitura, onde almoçaram juntos e finalizaram os detalhes da aliança. Nunes declarou que Araújo tem “muita força” para a posição de vice devido aos seus padrinhos políticos. Desde então, Nunes e Tarcísio têm trabalhado para conciliar a escolha com outros partidos aliados.
Com informações de O Globo.
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