
A valorização das rodas de samba no Rio de Janeiro avançou na noite de terça-feira (16) com a decisão da Frente Parlamentar em Defesa do Samba e do Carnaval de criar um grupo de trabalho voltado ao aprimoramento de projetos de lei sobre o tema.
A medida foi anunciada em audiência pública realizada no plenário da Assembleia Legislativa (Alerj), que reuniu representantes do poder público, da sociedade civil e da área cultural.
A deputada Zeidan (PT), autora das propostas e coordenadora da Frente, explicou que o grupo de trabalho terá como foco o Projeto de Lei 5521/2025, que institui o Marco Zero da Roda de Samba do Estado, e também o Projeto de Lei 5064/2025, que cria o Programa Estadual de Incentivo às Rodas de Samba.
Segundo ela, o marco zero será incorporado à Política Estadual de Promoção Cultural, Artística e Turística, com o objetivo de preservar e reconhecer manifestações tradicionais.
Recursos e orçamento
Durante a audiência, o presidente da rede Roda de Samba, Wanderso Luna, afirmou que a falta de orçamento específico limita o alcance das iniciativas ligadas ao samba.
“Como não temos orçamento, as rodas de samba não conseguem atuar com todo o seu potencial. Então, a Frente Parlamentar pode ajudar a pautar o incentivo real de políticas públicas para elas. O papel dos governantes é alinhar o orçamento à realidade”, disse.
O presidente da Comissão de Carnaval da OAB-RJ, André Vasserstein, destacou o caráter econômico da atividade, lembrando que gera emprego e renda para muitas famílias. Ele também ressaltou que a instituição está disponível para colaborar. “Procuramos entender de que forma jurídica podemos ajudar. Hoje, com as frentes do Estado e Município presentes aqui, é possível tentar viabilizar uma saída através dos órgãos”, afirmou.
Acesso a recursos federais
Representando o Ministério da Cultura, o assessor da secretaria executiva Yuri Soares mencionou que políticas nacionais podem apoiar as rodas de samba no Rio. Ele destacou a Política Nacional Aldir Blanc, que repassa recursos federais a estados e municípios para a realização de editais voltados à cultura.
“No caso do Rio de Janeiro, são repassados anualmente R$ 100 milhões para o estado e outros R$ 100 milhões para o município”, explicou.
Também participaram da audiência o vereador Felipe Pires, presidente da Frente em Defesa do Samba e Carnaval do município do Rio; o representante da Secretaria de Estado da Polícia Militar, Erick Moraes; além de integrantes da sociedade civil organizada.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/roda-de-samba-do-rio-tera-grupo-de-trabalho-para-definir-marco-zero-e-programa-de-incentivo/