O deputado Rodrigo Amorim, candidato a prefeitura do Rio pelo União Brasil, usou o expediente final da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), nesta terça-feira (03/09), para se defender mais uma vez das acusações de que teria agredido o candidato a vereador pelo PT, Leonel Quirino da Silva Neto, o Leonel de Esquerda.
O episódio aconteceu na manhã do último domingo (01), na Tijuca, Zona Norte do Rio. Leonel afirma que o agressor foi o candidato a prefeito do Rio, já Amorim informou que não estava em campanha, mas sim indo almoçar com a família. Ele alegou que foi provocado e ofendido pelo petista, e que revidou após desconfiar que o petista poderia estar com uma faca.
Em seu discurso, o deputado voltou a dizer que não estava em campanha e informou que pediu proteção policial porque está sendo ameaçado de morte. Ele enviou ofícios às polícias Civil e Militar e anexou mensagens intimidatórias que passou a receber através das redes sociais.
O deputado assegurou que Leonel, que também não estaria em campanha, portava uma faca e estava com dois seguranças armados. Amorim insinuou, inclusive, que o candidato a vereador estava ali com um único propósito: provocar e causar tumulto.
“Esse canalha (Leonel de Esquerda), que responde a processo por injúria, calúnia e difamação, foi ali para provocar. Ele já fez isso comigo em outras ocasiões. Algumas senhoras, que vieram me cumprimentar, me alertaram que ele estava com uma faca”, disse. E completou:
“Estava ali para almoçar com minha esposa e encontrar com meu irmão. Mas quando ele me viu, começou a me provocar, enquanto o cinegrafista dele me filmava. Diante da insistência, tive que tomar uma atitude. Depois disso foi uma confusão generalizada”, contou Amorim, que quer realizar uma audiência pública com a Corregedoria do TRE sobre as ameaças que vem sofrendo.
O candidato a prefeito do Rio ainda levantou a hipótese de Leonel ter sido financiado pela CUT. Ele pediu desculpas aos moradores da Tijuca pelo ocorrido e garantiu que não terá sua reputação assassinada.
Amorim revelou ainda que ligou para o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), logo após o ocorrido. O chefe do Legislativa confirmou a conversa pouco antes do pronunciamento de Amorim e salientou que não compactua com nenhum tipo de violência.
“Já fiquei sabendo que a CUT o teria ajudado. É preciso saber quem pagou os seguranças que estavam com ele, quem pagou o hospital, enfim. Em 2018, estava no episódio da facada do Adélio no presidente Jair Bolsonaro. Não podemos deixar nascer aqui um ‘Adélio’ carioca. Alguns candidatos a prefeitos estiveram com ele para criar uma narrativa política. Me orgulho da minha candidatura, sou homem para assumir meus atos e não vou admitir o assassinato da minha reputação”, concluiu.
Visita e impugnação
Leonel recebeu alta do hospital Glória D´Or na segunda-feira. Em solidariedade ao petista, três candidatos a prefeito foram visitá-lo: Eduardo Paes (PSD), Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP). O registro dos encontros está em suas redes sociais.
Na primeira imagem, Leonel aparece ao lado de Eduardo Paes e seu candidato a vice, Eduardo Cavaliere. Na sequência, o petista postou os registros com Tarcísio Motta e Marcelo Queiroz.
O episódio acabou gerando um movimento contra o deputado. O PT resolveu pedir a cassação do registro da sua candidatura a prefeito. A legenda entrará com dois processos: um na esfera criminal, no Tribunal de Justiça, e outro eleitoral, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Fora isso, nove partidos assinaram uma carta pedindo a impugnação de Amorim. Além das legendas da coligação de Eduardo Paes, da qual o PT faz parte, também aderiram o documento o MDB, que integra a aliança de Alexandre Ramagem (PL); o Cidadania, de Marcelo Queiroz (PP); e o Psol, de Tarcísio Motta.
Entenda o que aconteceu
O fato se deu na Praça Varnhagen, onde Leonel estava fazendo uma panfletagem. No mesmo local, o vereador Rogério Amorim (PL), irmão do deputado, fazia um adesivaço.
A confusão começou quando o candidato a prefeito, que seguia para almoçar com a família e encontrar o irmão, passou pelo caminho de Leonel. O petista então começou a gravar imagens do deputado.
Segundo informações, Amorim chutou o celular e, quando o rapaz tentou pegar o aparelho, ele chutou mais uma vez. Antes que Leonel se recuperasse, um grupo de pessoas começou a agredi-lo. O petista sofreu fraturas na face, no nariz e escoriações nas costas. O caso foi registrado na 19ª DP (Tijuca).
Fonte: https://agendadopoder.com.br/rodrigo-amorim-usa-expediente-da-alerj-para-se-defender-das-denuncias-de-agressao-a-leonel-de-esquerda/