23 de setembro de 2024
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O deputado licenciado Arthur Monteiro pode estar em seus últimos dias à frente da secretaria estadual de Trabalho e Renda. Quando assumiu o cargo, em 1º novembro de 2023, sua meta era aumentar o balcão de empregos no estado.

Entretanto, a ausência de estrutura da pasta, somada a falta de recursos, acabou inviabilizando os projetos. Por conta disso, interlocutores dão quase como certo seu retorno à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), depois de sete meses.

“Para resumir, deram a secretaria, mas não a entregaram”, diz um aliado, lamentando a situação. Segundo ele, as promessas para encorpar a pasta e ampliar o orçamento não saíram do papel. Conclusão: “Ele não quer mais”, completa.

Monteiro esteve na Alerj esta semana para conversar com os colegas e começar a preparar o terreno. Caso isso se confirme, quem deixa a Casa é o primeiro suplente, o deputado Wellington José (Podemos).

Acordo difícil

A negociação para ocupar a secretaria levou três meses. Ela era uma reivindicação dos deputados Léo Vieira (Republicanos), que já ocupara o posto, do próprio Monteiro e de Thiago Rangel (PMB). O grupo, que administraria a pasta em conjunto, pressionava o governador Cláudio Castro por mais espaço no Executivo. 

O entrave maior foi que o deputado não queria abrir mão de disputar a prefeitura de Duque de Caxias para apoiar o candidato do ex-prefeito Washington Reis, o empresário e sobrinho Netinho Reis.

Castro não concordava com a nomeação de Monteiro caso ele se desincompatibilizasse em seis meses para enfrentar um candidato de sua base aliada no município da Baixada Fluminense.

Chefe do clã familiar e atual secretário estadual de Transportes, Washington teve que entrar em campo e garantir uma participação do deputado na Prefeitura de Duque Caxias, em caso de vitória de Netinho, numa provável indicação do titular da secretaria municipal de Trabalho e Renda.

Ocupando o cargo

Com os ponteiros acertados, Monteiro acabou substituindo Kelly Mattos, uma indicação do comandante do Podemos no Rio, Pastor Everaldo. O religioso até tentou manter a aliada no cargo, mas não teve sucesso.

A gota d’água foi a ida de Marcos Dias Pereira, irmão de Everaldo, para a prefeitura do Rio com Eduardo Paes. Ele acabou ocupando a secretaria de Integração Metropolitana. O governo não teria aprovado o movimento, abrindo espaço para a exoneração de Kelly. 

Fonte: https://agendadopoder.com.br/sem-recursos-e-estrutura-arthur-monteiro-pode-estar-deixando-a-pasta-do-trabalho-para-retornar-a-alerj/