
A sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), realizada nesta quarta-feira (24), foi encerrada de forma tumultuada pelo presidente da Casa, deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil).
O motivo foi um intenso bate-boca entre parlamentares da base bolsonarista e da oposição, marcado por acusações mútuas e palavras de baixo calão. A confusão ocorreu durante após aprovação do projeto do governo estadual sobre as saídas temporárias de detentos do sistema penitenciário.
Com o fim do tempo regimental e os deputados insistindo nas provocações, Bacellar decidiu encerrar a sessão, visivelmente irritado, e deu início ao expediente final. Com isso, o restante da pauta do dia deixou de ser votado.
Origem do bate-boca
A discussão começou quando a deputada Renata Souza (Psol) criticou a falta de investimentos do governo em investigação criminal e a ênfase na política de aprisionamento, afirmando que o Rio de Janeiro era o ente federado que mais prendia no país.
O líder do governo, Rodrigo Amorim (União Brasil), rebateu dizendo que a parlamentar não participava dos debates e desconhecia os investimentos realizados. Ele ironizou a atuação da deputada, lembrando que na sessão de terça-feira (23), quando foi votada a reestruturação da Polícia Civil, ela pediu a inversão de pauta para priorizar a declaração de patrimônio cultural da escola de samba Gato de Bonsucesso.
“Não é possível que esse projeto seja mais importante que o da segurança pública”, afirmou. Ele também criticou a ausência da esquerda em manifestações sobre um caso de violência na Favela da Maré, acusou o Psol de “defender traficantes” e de apoiar a liberação das drogas.
Resposta da oposição
Renata Souza respondeu dizendo que “o líder da quadrilha”, em referência a Jair Bolsonaro, está preso e condenado a 27 anos. A troca de provocações se intensificou, dando início a um clima de hostilidade no plenário.
Até mesmo o deputado Luiz Paulo (PSD) entrou no embate, após Renan Jordy (PL) citar os ex-governadores Leonel Brizola e Marcello Alencar como responsáveis pelo aumento da criminalidade no estado.
“Ouvir um monte de besteiras aqui, e um deputado neófito, e ele pode pesquisar no dicionário porque não estou ofendendo, falou de duas pessoas que morreram e não podem mais se defender. Acho isso lastimável”, afirmou Luiz Paulo, que foi vice-governador na gestão de Marcello Alencar.
Apesar das tentativas de Bacellar de retomar a ordem, os parlamentares seguiram nas provocações, levando ao encerramento da sessão com o fim do tempo regimental. O clima de tensão deixou em segundo plano a análise de outros projetos previstos para o dia.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/sessao-da-alerj-termina-em-confusao-apos-debate-sobre-saidas-temporarias/