20 de setembro de 2024
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Após ser demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em meio a acusações de assédio sexual, Silvio Almeida afirmou na noite desta sexta-feira (6) que ele próprio pediu para ser exonerado. Segundo Almeida, essa decisão representa uma oportunidade para provar sua inocência e se reconstruir pessoalmente.

“Em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse, a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, escreveu o ex-ministro em comunicado.

Almeida destacou a importância de combater a violência sexual, ressaltando que os critérios de investigação devem ser transparentes e submetidos ao controle social, com a participação ativa do sistema de justiça.

Ele enfatizou que essas medidas são essenciais para a implementação de políticas eficazes de proteção contra a violência, particularmente aquela estimulada por padrões heteronormativos.

Leia a nota de Silvio Almeida:

“Nesta sexta-feira (6), em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua.

Ao longo de 1 ano e 8 meses à frente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, reconstruímos a política de direitos humanos no Brasil. Acumulamos vitórias e conquistas durante essa jornada que jamais serão apagadas.

A luta histórica do povo brasileiro e sua libertação são maiores que as aspirações e necessidades individuais. As conquistas civilizatórias percebidas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) correm risco de erosão imediata, o que me obriga a ir ao encontro das lutas pelas quais dediquei minha vida inteira.

Não colocarei em risco o progresso alcançado em defesa do povo invisibilizado, vítima de um massacre ininterrupto, pobre, favelado e à margem do processo civilizatório. A segurança e proteção da mulher, sua emancipação e a valorização das suas subjetividades são a força motriz e a potência reformadora e proeminente que o país precisa.

É preciso combater a violência sexual fortalecendo estratégias compromissadas com um amplo espectro de proteção às vítimas. Critérios de averiguação, meios e modos de apurações transparentes, submetidos à controle social e com efetiva participação do sistema de justiça serão a chave para efetivar políticas de proteção à violência estimulada por padrões heteronormativos.

Em razão da minha luta e dos compromissos que permeiam minha trajetória, declaro que incentivarei indistintamente a realização de criteriosas investigações. Os esforços empreendidos para que tenhamos um país mais justo e igualitário são frutos de lutas coletivas e não podem sucumbir a desejos individuais.

Sou o maior interessado em provar a minha inocência. Que os fatos sejam postos para que eu possa me defender dentro do processo legal”.

Com informações de O Globo.  

Fonte: https://agendadopoder.com.br/silvio-almeida-diz-que-exoneracao-servira-para-provar-inocencia-e-se-reconstruir-pessoalmente/