O senador Romário (PL-RJ) não responderá mais por injúria no Supremo Tribunal Federal (STF). Na quarta-feira, 29, a carioca Dayane Valencio desistiu da queixa-crime que havia movido contra ele após ser ofendida em mensagens privadas.
O desentendimento começou em junho de 2024, quando Dayane fez uma publicação cobrando uma atuação mais ativa do parlamentar na defesa de pautas para pessoas com deficiência. Em resposta, Romário enviou mensagens chamando-a de “escrota” e “ingrata”.
A mãe de um menino com autismo, TDAH e deficiência intelectual tornou público o ataque e moveu uma ação contra o senador. No entanto, ao STF, justificou sua desistência “em nome do coletivo” que representa e alegando cansaço pela luta diária pelos direitos do filho.
“Como mãe de uma criança com deficiência e ativista pela causa, minhas ações são guiadas pelo Movimento”, declarou. “Em nome do coletivo, abro mão de uma reparação individual para fortalecer nossa luta conjunta. Acredito que temos muito mais a ganhar em nossas causas de inclusão ao unir forças, em vez de nos confrontarmos. Há muito a ser feito em prol das pessoas com deficiência, e é fundamental que sigamos em frente, buscando a paz. Já enfrento batalhas suficientes pelos direitos mínimos do meu filho e de outros, e isso é exaustivo.”
A publicação de Dayane, que gerou a reação de Romário, fazia referência a um protesto contra o cancelamento de planos de saúde. Ela postou uma imagem de um ponto de ônibus com uma propaganda do senador e escreveu: “O único lugar que ele participa das manifestações dos PCDs até o momento! (Impresso no ônibus)”.
Após receber a resposta do parlamentar, Dayane divulgou as mensagens e escreveu uma carta aberta criticando sua postura. No texto, afirmou que grupos de mães de crianças atípicas pedem ajuda de Romário desde novembro, sem retorno.
Na carta, ela também destacou que Romário é pai de uma criança atípica, mas tem acesso a um tratamento que não reflete a realidade da maioria das famílias. “Privilegiado, que graças à sua situação financeira sempre tratou a filha no particular, no Brasil e no exterior, mas essa não é a realidade das famílias atípicas que o colocaram no poder”, escreveu.
A queixa-crime tramitava no gabinete do ministro Luiz Fux e, com a desistência da denunciante, foi arquivada. Dayana afirmou que inicialmente processou Romário por “decepção” com sua postura, mas agora reconhece a importância de seu trabalho para a comunidade PCD.
Com informações do jornal Estado de São Paulo, Estadão
Fonte: https://agendadopoder.com.br/stf-arquiva-processo-contra-romario-por-xingar-mae-de-crianca-autista-na-internet/