A antecipação da disputa eleitoral em São Paulo para 2026 causou desconforto no núcleo político do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Diante das movimentações de aliados que se articulam como possíveis candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, o governador decidiu agir para conter o avanço das pré-campanhas e reiterou que será ele o candidato à reeleição.
Nos bastidores, o gesto foi interpretado como um recado direto a figuras como o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), o secretário estadual de Governo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL), que têm se colocado como alternativas à sucessão estadual.
Em reunião com seu secretariado no último dia 1º, Tarcísio foi enfático: trabalha por sua reeleição e não cogita, neste momento, disputar a Presidência da República. Pediu que a mensagem fosse repassada a seus aliados e, em telefonemas individuais, reforçou o aviso aos principais interessados na disputa.
A ausência do governador em um evento da prefeitura, na quinta-feira (10), alimentou especulações de afastamento de Nunes. A cerimônia, marcada para o Theatro Municipal, apresentou um pacote de obras que deve nortear o segundo mandato do prefeito. Tarcísio, no mesmo horário, participou da entrega de leitos na Santa Casa de Misericórdia, a menos de dois quilômetros dali. O governo estadual afirma que Nunes foi convidado para o evento hospitalar.
Com Kassab, a tensão é mais antiga. O governador se incomoda com o que vê como promessas do presidente do PSD a prefeitos em troca de filiações, oferecendo espaços no governo que, segundo ele, Kassab não poderia garantir. Já André do Prado, embora mais discreto, comenta sua intenção de disputar o governo com deputados estaduais desde o ano passado.
Um assessor afirmou à Folha, sob reserva, que Tarcísio teme passar a imagem de que endossa essas pré-candidaturas, o que poderia desagradar Jair Bolsonaro (PL), seu principal padrinho político. Segundo esse interlocutor, o governador reforça que seguirá Bolsonaro em 2026, seja qual for o indicado.
Nos bastidores, aliados veem espaço para que Kassab e Prado negociem a vice na chapa, em uma costura que pode reunir PL, PSD, MDB e partidos de centro-direita. Até aqui, a ordem do governador tem sido seguida. “Está vendo? Ele vai ser candidato à reeleição”, disse o secretário da Casa Civil, Arthur Lima, durante evento recente no Palácio dos Bandeirantes.
Com informações da Folha de S. Paulo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/tarcisio-reage-a-movimentacoes-eleitorais-de-aliados-e-reforca-que-nao-sera-candidato-a-presidencia-em-2026/
