Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, cotados como possíveis candidatos pelo campo da direita à Presidência da República em 2026, evitaram comentar o relatório da Polícia Federal sobre a suposta trama golpista de 2022. O documento resultou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 36 pessoas, incluindo militares da ativa, e aponta que Bolsonaro teria planejado, comandado e atuado em ações que visavam uma ruptura institucional, com atos que poderiam incluir assassinatos de autoridades.
A Folha de S.Paulo procurou os governadores Tarcísio, Zema, Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, para saber se haviam lido o relatório que conclui uma investigação de dois anos. Tarcísio, Zema e Ratinho Jr. não responderam, enquanto Caiado afirmou que não leu o documento.
A Secretaria de Comunicação de São Paulo informou que Tarcísio não comentaria o caso. Durante a inauguração de uma metalúrgica em Mogi Guaçu (SP), na manhã desta quarta-feira (27), o governador foi abordado por jornalistas sobre o relatório, mas se recusou a responder. Em seguida, a entrevista coletiva foi encerrada. Já Zema não se manifestou até a publicação da reportagem.
O silêncio dos governadores ocorre em um momento em que a direita busca reorganizar sua liderança política após os desdobramentos das investigações envolvendo Bolsonaro, em meio a um cenário de incertezas para as eleições de 2026.
O governador Ratinho Jr. (PSD-PR) declarou que “indiciamento não é sinônimo de condenação”. “É preciso aguardar até mesmo para que o trabalho de investigação não seja comprometido, e os acusados não sejam vítimas de qualquer juízo de valor precipitado”, afirmou.
Em resposta à Folha, a assessoria de Caiado afirmou que o chefe de Estado ainda não teve tempo para se aprofundar no relatório e, por isso, não faria comentários sobre o tema.
Os quatro governadores são aliados políticos do ex-presidente.
Durante os dois anos de governo em São Paulo, Tarcísio procurou projetar uma imagem de moderação, chegando a atrair insatisfação da ala bolsonarista, embora tenha colocado um indicado da família do ex-presidente para comandar a pasta de Segurança. O estado vive um aumento no número de mortes por policiais.
Após o indiciamento, Tarcísio passou a defender Bolsonaro. Na semana passada, foi às redes sociais, afirmou que a investigação da PF “carece de provas” e não comentou a descoberta pela PF de um plano para matar Lula, o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Com informações da Folha de S. Paulo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/tarcisio-zema-e-ratinho-jr-cotados-pela-direita-como-possiveis-candidatos-em-2026-evitam-comentar-relatorio-da-pf/