
Mensagens, áudios, vídeos e depoimentos obtidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Polícia Federal (PF) apontam a ligação entre a tentativa de impedir a posse de Lula e os atos terroristas do 8 de janeiro. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o ataque às sedes dos Três Poderes foi a última etapa de uma sequência de ações para provocar uma “ruptura institucional”, que contou com o “fomento”, “facilitação” e “programação” de membros do alto escalão do governo Bolsonaro e militares da ativa.
A denúncia contra Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas, analisada pela PF, mostra que, logo após o segundo turno de 2022, militares começaram a discutir estratégias para tentar invalidar o resultado da eleição.
O tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, em áudios captados pela PF, mencionou “preparativos” e defendeu uma estratégia de comunicação para fortalecer o movimento. “Algumas coisas já estão sendo feitas, né… Preparativos, não de operação nem nada, mas de estratégia comunicacional”, disse Almeida a um interlocutor.
A investigação aponta que Almeida, então comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas, incentivou manifestações e disseminou informações em grupos de WhatsApp. Em um dos áudios divulgados pelo Globo, ele sugere direcionar os protestos para o Congresso. “Não adianta protestar na frente do QG do Exército, tem que ir para o Congresso. E as Forças Armadas vão agir por iniciativa de algum Poder”, afirmou.
A troca de mensagens entre militares também reforça a tese de articulação. Em um diálogo com Mauro Cid, o tenente-coronel Rafael Martins Oliveira pergunta: “A pedida é ir para o CN (Congresso Nacional) e STF? As FFAA vão garantir a permanência lá?”. Cid responde: “Vão” – segundo a denúncia, oficiais das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, estavam infiltrados nos acampamentos e participaram do planejamento de ações.
Enquanto os atos de 8 de janeiro se desenrolavam, Bolsonaro estava nos Estados Unidos. De lá, recebeu mensagens de militares perguntando se deveriam “desmobilizar a tropa ou permanecer em alerta”. Conforme a PF, sua ida para o exterior teve o objetivo de evitar uma possível prisão e acompanhar o desdobramento das manifestações.
Com informações do portal Diário do Centro do Mundo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/tentativa-de-golpe-teve-ligacao-com-os-atos-terroristas-de-8-de-janeiro-revelam-provas-de-posse-da-pgr/