O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que, a partir de segunda-feira (10), serão aplicadas tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. A decisão, que atinge fornecedores de diversos países, pode ter um impacto significativo para o Brasil, um dos principais exportadores de aço para o mercado americano.
A medida foi divulgada por Trump a jornalistas a bordo do Air Force One, durante sua viagem a Nova Orleans, onde ele assiste ao Super Bowl. Faz parte de um conjunto de ações protecionistas que o republicano vem promovendo para fortalecer a indústria siderúrgica americana. O Brasil, que exportou 4,08 milhões de toneladas de aço para os EUA em 2024, é o segundo maior fornecedor do produto ao país, atrás apenas do Canadá (5,95 milhões de toneladas).
A imposição dessas tarifas pode representar um grande obstáculo para a siderurgia brasileira, que tem nos Estados Unidos um de seus principais mercados. O setor já enfrenta desafios internos, como a volatilidade cambial e o aumento dos custos de produção. Especialistas apontam que a medida de Trump pode comprometer ainda mais a competitividade do aço brasileiro, tornando-o menos atrativo para compradores americanos e incentivando a busca por alternativas dentro dos próprios EUA.
Além do Brasil, outros grandes exportadores, como México, Coreia do Sul e Japão, também serão afetados. No entanto, a decisão ocorre em um momento delicado para o Brasil, que já vinha sofrendo com a desaceleração das exportações para os EUA devido a incertezas na política comercial americana.
Brasil pode recorrer à OMC
O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre possíveis medidas de retaliação ou negociação com os EUA. No entanto, especialistas indicam que o país pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) ou buscar acordos bilaterais para minimizar os impactos das tarifas.
A taxação do aço e do alumínio não é novidade na estratégia comercial de Trump. Em 2018, durante seu primeiro mandato, ele impôs tarifas semelhantes alegando motivos de segurança nacional. Agora, o argumento do republicano é o mesmo: proteger a indústria doméstica contra uma suposta concorrência desleal.
Além do setor siderúrgico, Trump também cogita impor novas tarifas sobre produtos farmacêuticos, petróleo e semicondutores, ampliando a política protecionista que tem adotado nos últimos anos. Sua gestão argumenta que tais medidas são fundamentais para reduzir déficits comerciais e fortalecer a economia americana, mas economistas alertam para os riscos de represálias internacionais e aumento dos preços internos.
O impacto da nova tarifa deve ser sentido já nos próximos meses, afetando não apenas a exportação de aço brasileiro, mas também a relação comercial entre os dois países. O Brasil, que sempre buscou uma parceria equilibrada com os EUA, pode se ver obrigado a renegociar seus termos para evitar prejuízos ainda maiores ao setor siderúrgico.
Com informações de O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/trump-impoe-tarifas-de-25-sobre-aco-e-aluminio-e-brasil-pode-ser-um-dos-mais-afetados/
