O senador Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Congresso, permanece sem partido há mais de um ano e continua adiando sua filiação ao PT, apesar de um convite feito pelo presidente Lula. Desde sua saída da Rede Sustentabilidade, em maio de 2023, após um desentendimento com Marina Silva, fundadora do partido e atual ministra do Meio Ambiente, Randolfe vem sondando outras legendas, como PSB e MDB, mas sem definir seu destino político.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), explicou que a demora na filiação de Randolfe está ligada à espera por uma data na agenda de Lula para oficializar o evento. Embora essa demora não impeça Randolfe de exercer a liderança no Congresso, a situação causa estranheza entre os dirigentes do partido, que consideram inusitado um líder governista sem legenda.
O convite para Randolfe ingressar no PT partiu do próprio Lula, e a filiação é considerada certa pela liderança do partido, dependendo apenas da definição de uma data adequada. Paralelamente, o senador avalia outras opções visando as eleições de 2026, especialmente no contexto das duas vagas para o Senado no Amapá.
A hesitação de Randolfe em se filiar ao PT e sua sondagem a outras legendas, como PSB e MDB, refletem um cálculo político de olho nas eleições gerais de 2026. No Amapá, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil) deve concorrer à presidência do Senado e apoiar o ministro Waldez Góes, tornando o cenário político ainda mais complexo.
Aliados de Randolfe sugerem que ele está pesando suas opções para maximizar suas chances nas próximas eleições. Enquanto isso, críticas à sua atuação como articulador político continuam. Randolfe é frequentemente apontado por falta de habilidade nas negociações com parlamentares, especialmente por não dialogar efetivamente com senadores e deputados da oposição.
Para alguns líderes partidários, a posição de Randolfe como líder no Congresso é vista como um “prêmio de consolação” após sua coordenação na campanha de Lula em 2022 e a tentativa frustrada de assumir um ministério durante a transição de governo. Apesar das críticas, Randolfe mantém uma boa relação com o presidente e a primeira-dama, Janja, que foram padrinhos de seu casamento em julho do ano passado.
Enquanto a incerteza sobre sua filiação ao PT persiste, a posição de Randolfe como líder do governo no Congresso permanece, sustentada pela confiança de Lula e sua proximidade com a primeira-dama.
Com informações do UOL
Fonte: https://agendadopoder.com.br/um-ano-apos-deixar-rede-randolfe-rodrigues-adia-filiacao-ao-pt-e-cria-descontentamento-na-articulacao-politica/