5 de novembro de 2025
Um dia após confronto com deputados do Psol, Paes reforça
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Um dia depois da operação de desocupação que terminou em confronto entre agentes da Guarda Municipal e parlamentares do Psol, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), marcou posição ao receber em seu gabinete o comandante da GM-Rio, inspetor-geral Itaharassi Bomfim Junior, o subinspetor Alex Coelho Abrantes e o líder operacional Jorge Henrique Dantas Gonçalves.

Nas redes sociais, Paes publicou a foto do encontro com a frase: “Sempre do lado da Guarda no cumprimento da lei!”, sinalizando apoio aos agentes e, ao mesmo tempo, um recado direto ao Psol, que acusou a Prefeitura de abuso de autoridade.

Confronto na Região Portuária

Na manhã de domingo (7), a região da Avenida Venezuela, no Centro do Rio, foi palco de um conflito após a desocupação de um prédio invadido por cerca de 100 famílias ligadas ao Movimento de Luta por Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

A ação, coordenada pela Polícia Militar, Guarda Municipal e Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), ocorreu a pedido de Eduardo Paes e do governador Cláudio Castro (PL). O imóvel está destinado ao futuro Centro Cultural Rio África, projeto da Prefeitura anunciado em 2024 para valorizar a ancestralidade afro-diaspórica no entorno do Cais do Valongo, patrimônio da humanidade pela Unesco.

O confronto terminou com uma pessoa presa e duas feridas, encaminhadas ao Hospital Municipal Souza Aguiar. Bombas de efeito moral e spray de pimenta foram usados para dispersar manifestantes.

Deputados do Psol atingidos

Durante a operação, os deputados federal Tarcísio Motta (Psol-RJ) e estadual, Professor Josemar (Psol) tentaram acompanhar a retirada das famílias, mas relataram terem sido agredidos por guardas municipais. Ambos registraram ocorrência na 21ª DP (Bonsucesso) contra agentes da Prefeitura, denunciando agressão, lesão corporal e abuso de autoridade.

Disputa política e narrativa

Nas redes sociais, Paes responsabilizou o Psol e o MLB pela invasão:

“O que mais me impressiona é que essa gente chegou ao poder e faz parte da base do governo federal. O governo federal é o maior latifundiário urbano da cidade do Rio e poderia destinar suas áreas para habitação popular, mas preferem ocupar e esculhambar com a cidade.”

Cláudio Castro reforçou o apoio à desocupação imediata. Já os deputados do Psol sustentam que a ocupação era pacífica e que o prédio estaria sob domínio da União, vinculado à Secretaria de Patrimônio da União (SPU), sendo um dos imóveis previstos para o programa federal “Imóvel da Gente”, voltado à habitação social.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/um-dia-apos-confronto-com-deputados-do-psol-paes-reforca-apoio-a-guarda-municipal/