
O União Brasil decidiu endurecer sua relação com o governo federal e estabeleceu prazo de 24 horas para que seus filiados entreguem todos os cargos de livre nomeação ocupados na administração pública. A decisão foi oficializada nesta quinta-feira (18), em resolução divulgada pela Executiva Nacional do partido.
Atualmente, o União comanda o Ministério do Turismo, sob a gestão de Celso Sabino (União-PA), e tem indicados em diferentes órgãos da máquina pública. Também foi responsável por apadrinhar nomes que hoje ocupam pastas estratégicas, como Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), do PDT, e Frederico Siqueira (Comunicações).
Infidelidade partidária como ameaça
Segundo a resolução, os filiados que descumprirem a ordem poderão ser punidos por infidelidade partidária, o que pode resultar até em expulsão. “Esse posicionamento, aliás, foi hoje unanimemente reforçado pela aprovação da resolução que determina aos filiados do União Brasil o desligamento, em até 24 (vinte e quatro) horas, dos cargos públicos de livre nomeação na Administração Pública Federal Direta ou Indireta, sob pena de prática de ato de infidelidade partidária”, afirma o documento.
O texto reforça ainda que a medida é fruto de um debate interno considerado “legítimo e democrático”, e que a determinação reflete a independência do partido em relação ao Palácio do Planalto.
Defesa do presidente da sigla
Na mesma nota, o União Brasil saiu em defesa de seu presidente, Antonio Rueda, alegando que ele tem sido alvo de ataques “infundados, prematuros e superficiais” nos últimos dias. “Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no Governo Federal”, afirma o comunicado.
Para a cúpula do partido, as críticas a Rueda fazem parte de uma estratégia de desgaste político. “Tal coincidência reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando enfraquecer a independência de um partido que adotou posição contrária ao atual governo”, diz a nota.
O impacto da decisão
Com a resolução, o União Brasil se coloca formalmente na oposição, rompendo com o espaço que vinha ocupando na administração federal desde o início da atual gestão. A saída dos cargos ameaça desestruturar setores estratégicos da máquina pública e expõe o racha entre sigla e governo em um momento de negociações delicadas no Congresso.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/uniao-brasil-da-24-horas-para-filiados-entregarem-cargos-no-governo-sob-risco-de-punicao/