
As direções nacionais do União Brasil e do Progressistas (PP) decidiram nesta terça-feira (2) que vão proibir seus filiados de ocupar cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida tem como alvo direto os ministros André Fufuca (Esporte), do PP, e Celso Sabino (Turismo), do União Brasil. A determinação ainda precisa ser confirmada em votações nas executivas nacionais das duas legendas, informa O Globo.
A ofensiva simboliza um distanciamento calculado das siglas em relação ao Palácio do Planalto, em um momento em que Lula enfrenta atritos crescentes com lideranças do Centrão. Nas últimas semanas, o presidente elevou o tom contra dirigentes desses partidos, criticando nominalmente o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o advogado Antonio Rueda, presidente do União Brasil.
Em reunião ministerial, Lula chegou a afirmar que não gosta pessoalmente de Rueda e acusou Nogueira de articular uma eventual candidatura a vice em chapa presidencial com o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ministros na berlinda
Embora Fufuca e Sabino ainda não tenham sinalizado se pretendem deixar os cargos ou até mesmo seus partidos, a leitura interna é de que não será possível manter a dupla no governo em meio ao clima de desgaste. Dirigentes afirmam que a permanência de filiados nas pastas “constrange” tanto as legendas quanto o Executivo.
O movimento, no entanto, não deve atingir apadrinhados de figuras influentes do Centrão, como Davi Alcolumbre (União-AP) e Arthur Lira (PP-AL). O primeiro é responsável pela indicação de Frederico Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração Nacional). Já o presidente da Câmara emplacou Carlos Vieira na presidência da Caixa Econômica Federal.
Pressão por alianças futuras
União Brasil e PP planejam formar uma federação — a União Progressista — e avaliavam só romper com o governo após a validação do projeto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As críticas recentes de Lula, porém, precipitaram a decisão.
Enquanto endurecem contra o Planalto, as duas siglas também intensificam a aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que resiste em assumir uma posição sobre a eleição de 2026. A estratégia é convencê-lo a apoiar a candidatura de Tarcísio de Freitas, visto como opção competitiva da direita.
A expectativa é que o União Brasil oficialize a ruptura em reunião marcada para esta quarta-feira (3). O PP deve confirmar sua posição até o fim da semana. Se consolidado, o gesto deve redesenhar o equilíbrio de forças no Congresso e aumentar as dificuldades de Lula para aprovar projetos estratégicos no Legislativo.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/uniao-brasil-e-pp-rompem-com-governo-lula-e-pressionam-por-saida-de-ministros/