22 de novembro de 2024
Usuários boicotam Starlink, após ataques de Elon Musk a Moraes
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Após os ataques do empresário Elon Musk, proprietário da rede X (antigo Twitter), contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a empresa de internet do bilionário, Starlink, tornou-se alvo de boicotes. Usuários dirigiram-se ao perfil da empresa para expressar descontentamento, anunciando desistência de contratação ou cancelamento de antenas já adquiridas em decorrência das postagens de Musk.

Na segunda-feira (8), o bilionário chamou Moraes de “ditador brutal”, acusando-o de interferir nas eleições presidenciais brasileiras mais recentes e insinuando que o ministro mantém o presidente Lula “na coleira”. Além disso, Musk declarou sua intenção de retirar funcionários da rede social do Brasil.

“Estava prestes a adquirir duas antenas e considerando a compra de um carro elétrico. No entanto, após essa atitude deplorável do Elon Musk em relação ao Brasil, estou desistindo. Não confio em investir um centavo sequer em sua empresa, ou qualquer outra de sua propriedade”, declarou Lucas Bramante em uma postagem no X.

“Eu estava prestes a contratar o serviço, mas o @elonmusk está indo contra a autonomia da justiça brasileira. Por esse motivo, decidi continuar utilizando a internet da @ClaroBrasil”, escreveu outro internauta.

A ofensiva do empresário teve início no sábado, 6, quando compartilhou publicações do jornalista americano Michael Shellenberger que apontavam supostas violações da liberdade de expressão no Brasil. “Por que o parlamento permite a @alexandre ter o poder de um ditador brutal? Eles foram eleitos, ele não. Deveriam removê-lo”, expressou Musk.

Desde então, o bilionário tem feito acusações contra o Supremo Tribunal Federal. Ele afirmou que Moraes “aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso do X no Brasil”, prometendo “levantar todas as restrições (impostas)”.

Em resposta às ameaças de Musk, Moraes determinou a inclusão do empresário como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento, além de abrir investigação por obstrução à Justiça, “inclusive em organização criminosa e incitação ao crime”.

A decisão do ministro também estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil por perfil, caso a big tech desrespeite qualquer decisão do tribunal, incluindo a reativação de perfis cujo bloqueio tenha sido determinado pelo STF.

Após o embate com Moraes, o bilionário prometeu que, caso o governo brasileiro cancele contratos com sua empresa de internet, ele irá disponibilizar o serviço gratuitamente para as escolas brasileiras.

Com informações de O Globo

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/usuarios-boicotam-starlink-apos-ataques-de-elon-musk-a-moraes/