
A orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi palco neste domingo (7) de uma manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Organizado por lideranças religiosas e políticas, o ato pediu anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 e reuniu milhares de pessoas com bandeiras do Brasil, cartazes contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e mensagens de apoio a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
Faixas espalhadas pelo público sintetizavam o tom do protesto, como a que afirmava: “Golpe é eleição sem Bolsonaro. Anistia já”. O evento foi convocado pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), e faz parte de uma mobilização nacional, com atos semelhantes programados em outras capitais do país.
🪧 COPACABANA | Ato pró-Bolsonaro em Copacabana pede anistia e critica ‘ditadura do STF’. pic.twitter.com/mNfzijp6sy
— Agenda do Poder (@agendadopoder) September 7, 2025
Discursos e presença política
A abertura foi marcada pela execução do Hino Nacional. O primeiro a discursar foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que também é réu por tentativa de golpe de Estado no Supremo. Durante o ato, um áudio gravado por Michelle Bolsonaro foi reproduzido para os manifestantes, no qual a ex-primeira-dama afirma que existe perseguição política contra a família Bolsonaro.
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), também participou e puxou coro com frases como “Bolsonaro inocentado” e “Não existe golpe”, em defesa do ex-presidente. A concentração começou antes das 11h, na altura do Posto 5, e contou com apoio logístico de equipes da CET-Rio e da Polícia Militar, que monitoraram o trânsito na Avenida Atlântica.
Apoio a Trump e críticas ao Judiciário
Além de mensagens em defesa de Bolsonaro, muitos cartazes traziam apoio direto a Donald Trump. Líderes religiosos e políticos repetiram críticas ao Judiciário, com foco no ministro Alexandre de Moraes e no STF, acusado pelos participantes de supostamente cercear a liberdade de expressão.
A atmosfera foi marcada pela mistura de elementos religiosos, nacionalistas e de contestação às instituições, numa estratégia de manter coesa a base bolsonarista em meio ao cerco jurídico que se intensifica em Brasília.
Julgamento no STF e pressão por anistia
O ato ocorre em meio ao julgamento, iniciado na última terça-feira (2), em que Bolsonaro e mais sete réus respondem pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. A análise do caso pela Primeira Turma do STF deve ser concluída até a próxima sexta-feira (12). O ex-presidente está em prisão domiciliar desde agosto, por violar medidas restritivas, e pode ser condenado a até 43 anos de prisão. Ele já se encontra inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
Paralelamente, no Congresso, a discussão sobre uma possível anistia aos envolvidos nos atos golpistas ganha força. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem sido pressionado por aliados de Bolsonaro, mas até agora não levou a proposta ao plenário. O PL, partido do ex-presidente, é o principal articulador da medida, com apoio de partidos do Centrão como União Brasil e PP, que recentemente se afastaram da base do governo Lula.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve em Brasília para reforçar a pressão sobre Motta. O ponto central das negociações é a abrangência da anistia: se ela incluiria apenas os já condenados ou também Bolsonaro e seus aliados atualmente julgados no Supremo. Enquanto apoiadores exigem perdão amplo, senadores discutem uma versão que exclui o ex-presidente e prevê apenas redução de penas.
Posição do governo
O Palácio do Planalto já manifestou rejeição à proposta. O presidente Lula se posicionou publicamente contra qualquer tipo de anistia e pediu mobilização social para barrar a iniciativa. Para o governo, aprovar o perdão significaria legitimar crimes contra a democracia e fragilizar o combate a novos episódios de violência política.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/video-ato-pro-bolsonaro-em-copacabana-pede-anistia-para-8-de-janeiro-e-critica-ditadura-do-stf/