9 de setembro de 2025
Lula dividiu palco na Favela do Moinho com líderes comunitárias
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na Favela do Moinho, no centro de São Paulo, em 26 de junho, para anunciar um programa habitacional que promete atender cerca de 900 famílias da comunidade. Durante o evento, ele cumprimentou Alessandra Moja Cunha e Yasmin Moja Flores, líderes comunitárias que foram presas preventivamente nesta segunda-feira (8) sob suspeita de tráfico de drogas e extorsão contra moradores.

Ligação com líder do PCC
Alessandra e Yasmin foram apresentadas durante o evento como integrantes da “comissão de frente de orgulho” da Associação dos Moradores da Favela do Moinho e chegaram a ser elogiadas pela atuação na comunidade. No entanto, elas são, respectivamente, irmã e sobrinha de Leonardo Monteiro Moja, conhecido como “Léo do Moinho”, apontado como líder do PCC na região central de São Paulo.

Reunião com representantes do governo
Na véspera do evento, Alessandra participou de uma reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, e outros membros do governo federal para organizar a visita do presidente. A Secretaria-Geral, no entanto, ressaltou que não houve encontro separado com Alessandra e que a reunião contou com a presença de outras lideranças comunitárias e da imprensa.

Governo federal diz que pauta foi apenas habitacional
Questionada sobre a participação das investigadas, a Secretaria-Geral da Presidência afirmou que o único objetivo da visita era tratar de soluções para moradia. O acordo para o programa habitacional foi firmado entre o governo federal e o governo do estado de São Paulo e previa acesso a R$ 250 mil por família para compra de novas casas.

Acusações do Gaeco
De acordo com o Gaeco (Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado), Alessandra é acusada de extorquir moradores que assinavam acordos com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para sair da favela e aderir ao programa habitacional. Segundo os promotores, o cadastro no programa só era autorizado mediante pagamento à família Moja, e parte do dinheiro arrecadado teria sido usado para movimentações financeiras destinadas a ocultar a origem ilícita dos valores.

Em relação a Yasmin, o Ministério Público aponta que ela mora em um imóvel de Léo do Moinho, utilizado para armazenar drogas, e também atua como líder comunitária e funcionária da companhia de lixo da comunidade.

Críticas e defesa do presidente
Em junho, Lula defendeu o programa e rebateu críticas sobre o suposto envolvimento de beneficiários com o crime organizado. “Na cabeça de muita gente da elite brasileira, pobre e gente que mora em favela é sempre considerado bandido”, disse o presidente.

Conflitos e negociação sobre remoção
A situação da Favela do Moinho já gerava tensão desde abril, quando a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou um plano para remover famílias da área. Moradores protestaram contra a medida, questionando o processo de retirada e o uso de força policial. A disputa mobilizou negociações entre o governo federal e o estadual, já que o terreno pertence à União. Em junho, Lula assinou um decreto para transferir a posse do terreno ao governo paulista, mas alertou que não queria que a ação resultasse em confrontos com os moradores.

Veja o vídeo:

Fonte: https://agendadopoder.com.br/video-lula-dividiu-palco-na-favela-do-moinho-com-lideres-comunitarias-presas-por-suspeita-de-trafico/