
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou à CNN Brasil que não pode ser deportada da Itália por possuir cidadania italiana. “Tenho cidadania italiana e não podem me deportar. Eles não podem me deportar sendo cidadã italiana”, declarou a parlamentar em entrevista ao jornalista Caio Junqueira.
Inicialmente, Zambelli disse à CNN que já estava em solo italiano. Pouco depois, no entanto, seu marido corrigiu a informação: o casal ainda está nos Estados Unidos e deve embarcar para a Itália nos próximos dias. A deputada anunciou mais cedo, nesta terça-feira (3), que deixou o Brasil. À Rádio Auri Verde, afirmou que vai solicitar licença do mandato.
Zambelli alegou à CNN que sua decisão de sair do país foi motivada por uma suposta negativa antecipada do ministro Alexandre de Moraes — relator de sua condenação no STF — em conceder prisão domiciliar. “Eu recebi a informação de que Moraes não me daria prisão domiciliar, mas me colocaria e deixaria na cadeia”, declarou. Ainda segundo a parlamentar, sua ida ao exterior não configura uma tentativa de escapar da Justiça: “Eu entendo minha saída como resistência, não como fuga.”
A ex-aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro também afirmou que mantém respaldo político dentro do PL e que tem conversado com o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto: “O PL me deu suporte político”.
A condenação de Carla Zambelli foi proferida em maio pela Primeira Turma do STF. A Corte determinou, além da pena de prisão em regime inicialmente fechado, a perda de seu mandato parlamentar — medida que só deve ser formalizada pela Câmara dos Deputados após o trânsito em julgado da decisão. A deputada também foi declarada inelegível e obrigada a pagar R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
Zambelli segue sendo investigada em outro processo no Supremo, em que responde por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Esse julgamento foi interrompido em março por um pedido de vista do ministro Nunes Marques e ainda não tem data para ser retomado.
A expectativa agora recai sobre os próximos passos da deputada, especialmente em relação à sua permanência fora do país e aos efeitos políticos e jurídicos de sua decisão de se ausentar do Brasil mesmo diante de uma condenação em primeira instância pelo Supremo Tribunal Federal.
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