80 trabalhadores resgatados de condições degradantes

Auditores-Fiscais do Trabalho resgataram 80 trabalhadores em condições degradantes no Maranhão durante operação realizada entre os dias 13 e 27 de agosto nos municípios de Magalhães de Almeida e Barreirinhas, na região dos Lençóis Maranhenses.

(Foto: Divulgação/Secretaria de Inspeção do Trabalho)

Em Magalhães de Almeida, 76 pessoas que extraíam palha de carnaúba foram retiradas de alojamentos improvisados, como casas de farinha desativadas e imóveis inacabados, sem ventilação, camas ou infraestrutura básica. Os trabalhadores dormiam em redes próprias, expostos ao calor, à chuva e a mosquitos. A alimentação era limitada a arroz, feijão, farinha, rapadura e pequenos pedaços de carne, preparada em fogareiros no chão e consumida em bacias plásticas.

Em Barreirinhas, quatro pescadores foram resgatados antes de embarcarem em jornadas de até 15 dias em mar aberto, em condições insalubres.

(Foto: Divulgação/Secretaria de Inspeção do Trabalho)

A operação contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal (PF). Segundo a coordenadora da ação, auditora-fiscal do trabalho Gislene Stacholski, os responsáveis foram notificados para regularizar vínculos trabalhistas, quitar verbas rescisórias e recolher FGTS e contribuições sociais. Ao todo, mais de R$ 265 mil foram pagos aos resgatados.

A Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) informou que os trabalhadores eram obrigados a beber água imprópria, coletada em lagoas utilizadas por animais, e a se higienizar em condições precárias, dividindo espaço com gado e outros animais. Banheiros eram inexistentes ou quebrados, forçando o uso do mato como sanitário.

A SIT reforçou que a operação expôs um ambiente de abandono total e desrespeito à dignidade humana, evidenciando a gravidade da exploração laboral no Maranhão.