23 de novembro de 2025
2025 foi o ano da ansiedade algorítmica e 2026 precisa
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Em 2025, o mundo corporativo viveu uma espécie de “corrida do ouro digital”. A cada semana surgia uma nova plataforma, uma nova solução generativa, uma promessa de produtividade instantânea. E, como em todo ciclo de hype, o excesso de velocidade trouxe um efeito colateral inevitável, que é a ansiedade algorítmica.

Empresas correram para adotar sistemas que não compreendiam totalmente, equipes se viram dependentes de modelos que não sabiam avaliar e líderes começaram a se perguntar se estavam guiando a tecnologia, ou sendo guiados por ela. O que vemos é que a tecnologia avançou, mas a maturidade, não.

Ilustração de uma inteligência artificial trabalhando para a segurança do usuário – Imagem: Summit Art Creations/Shutterstock

A grande transformação que 2026 pede não é mais tecnológica, mas organizacional. Saímos da fase da experimentação e entramos no território sólido da responsabilidade, da governança e da clareza estratégica. De acordo com a Gartner, 55% das organizações já possuem um conselho interno de IA. Essa tendência deve aumentar no próximo ano.

Mudança ética

Isso mostra que a maturidade não virá apenas de modelos mais potentes, mas de estruturas capazes de garantir uso seguro, ético, regenerativo e alinhado ao negócio. Esse é o ponto-chave: a inteligência não estará no algoritmo, mas na maneira como ele será integrado ao cotidiano das operações.

Nesse novo ciclo, três pilares se tornam inegociáveis. Primeiro, dados: 2025 deixou claro que IA sem dado limpo, integrado e auditável é apenas um software caro. Em 2026, a disputa não será por quem tem mais tecnologia, mas por quem tem dados mais confiáveis.

Garantir que a inteligência artificial seja utilizada de forma ética é um dos grandes desafios das empresas no mercado atual (Imagem: Supatman/iStock)
Garantir que a inteligência artificial seja utilizada de forma ética é um dos grandes desafios das empresas no mercado atual (Imagem: Supatman/iStock)

Segundo, performance: acabou a era dos pilotos infinitos e das provas de conceito que nunca saem do laboratório. As empresas precisam colocar IA em produção com métricas, impacto e retorno reais. Terceiro, o humano no centro: maturidade não é sobre automatizar tudo, mas sobre permitir que pessoas tomem decisões com mais contexto, transparência e autonomia.

A maturidade em IA é sobre escolhas

O maior desafio de 2026 não será acelerar, mas fazer isso com lucidez. Maturidade significa saber quando usar IA, quando não usar, como monitorar, como explicar e como corrigir. Significa abandonar improvisos, reduzir riscos, controlar vieses e alinhar ambição com responsabilidade. As empresas que avançarem nesse sentido não apenas eliminarão a ansiedade algorítmica, mas transformarão IA em vantagem competitiva real, sustentável e escalável.

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No fim, a verdadeira revolução que estamos vivendo não é algorítmica, mas organizacional. O que separará líderes de seguidores em 2026 não será o tamanho do modelo, mas a profundidade da estratégia. Porque a Inteligência Artificial só será, de fato, inteligente quando for governada com intenção, método e maturidade.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/11/23/carros-e-tecnologia/2025-foi-o-ano-da-ansiedade-algoritmica-e-2026-precisa-ser-o-ano-da-maturidade-em-ia/