
O Google anunciou um acordo com a Kairos Power para utilizar pequenos reatores nucleares em seus data centers de inteligência artificial (IA), uma medida que visa atender à crescente demanda por energia limpa e confiável, informa a BBC.
O primeiro reator deve ser implantado nesta década, com planos para mais unidades até 2035.
Embora os detalhes financeiros e a localização das usinas não tenham sido revelados, a empresa ressalta que essa iniciativa pode revolucionar como a energia é fornecida aos data centers, que consomem significativamente mais eletricidade do que os centros de computação tradicionais.
A energia nuclear, reconhecida por suas baixas emissões de carbono, está se tornando uma escolha cada vez mais atrativa para o setor de tecnologia. A IA, em particular, requer uma quantidade elevada de processamento, elevando as necessidades energéticas dos data centers. Por exemplo, um data center comum precisa de cerca de 32 megawatts, enquanto um dedicado à IA pode demandar até 80 megawatts.
Recentemente, a Microsoft também fez um movimento semelhante, firmando um acordo para reativar a usina Three Mile Island, conhecida pelo acidente de 1979, e a Amazon anunciou a compra de um data center alimentado por energia nuclear na Pensilvânia.
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Solução com reatores ainda levanta preocupações
- Os pequenos reatores modulares (SMRs) têm o potencial de serem integrados diretamente aos data centers, oferecendo uma solução de energia que promete ser mais eficiente e flexível.
- Contudo, críticos, como o Greenpeace, levantam preocupações sobre os altos custos de implementação e os riscos associados à energia nuclear, argumentando que fontes renováveis poderiam ser opções mais econômicas e seguras.
- O Greenpeace também se opõe à energia nuclear por razões de segurança, citando o risco de acidentes e a necessidade de gerenciamento de resíduos radioativos.

Enquanto a tecnologia dos SMRs continua em desenvolvimento e não há unidades em operação comercial, várias universidades, como o Imperial College London, já operam pequenos reatores para fins educacionais.
O crescente interesse por sua aplicação em data centers reflete a urgência em encontrar soluções de energia que suportem as demandas de novas tecnologias, especialmente à medida que a indústria se adapta a um futuro mais sustentável.
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