De acordo com a Organização Mundial das Alergias (WAO – World Allergy Organization), aproximadamente um em cada três adultos e metade da população infantil apresentam algum tipo de reação alérgica. Ela pode ser provocada pelo consumo de certos alimentos, exposição a algumas substâncias e até mesmo contato com animais.
Uma delas é a alergia a picada de insetos, mais especificamente as abelhas, no qual o sistema imunológico da pessoa reage de forma exagerada ao veneno do inseto. Em casos mais extremos, a reação alérgica pode ser tão forte a ponto de levar a vítima ao óbito, principalmente se for causada por mais de uma abelha. De acordo com o portal do Governo Federal, o Brasil contabilizou cerca de 33 mil acidentes por picadas de abelhas no ano de 2023.
Mas, em quais casos a picada de uma abelha pode ser fatal para a pessoa que a recebe? Veja abaixo na matéria os motivos que podem levar a uma fatalidade assim, e por que apenas algumas pessoas têm alergia à picada de abelhas.
Quando a picada de uma abelha pode matar?
As abelhas utilizam seus ferrões para se defenderem, causando as doloridas picadas nos mais diversos seres, inclusive nos humanos. Esses ferrões contam com um veneno que podem causar diversos sintomas, como dor, inchaço e inflamação.
Em alguns casos, as vítimas que recebem as picadas podem ter reações alérgicas graves que necessitam de atendimento médico imediato, pois, caso não sejam tradadas rapidamente, podem levar à morte.
Segundo a Cleveland Clinic, os sintomas de uma picada de abelha são:
- Dor aguda e ardente no local da picada;
- Descoloração da pele ao redor da picada;
- Inchaço na área afetada;
- Coceira na pele.
Já os sintomas graves e que são potencialmente fatais:
- Urticária;
- Dificuldade para respirar;
- Tontura ou vertigem;
- Inchaço na língua ou na garganta;
- Náusea;
- Diarreia;
- Pulso acelerado.
Para uma pessoa que recebe diversas picadas de abelhas, a reação pode ser ainda mais grave, incluindo náuseas, vômitos, diarreia, febre e tontura. De acordo com a clínica Mayo Clinic, as reações graves podem aparecer de 15 minutos a uma hora depois da picada.
Caso a vítima tenha um nível elevado de alergia, uma única picada pode ser fatal, já que poderia ocasionar uma anafilaxia (reação alérgica generalizada). Mesmo que a pessoa já tenha sido picada anteriormente sem consequências graves, a reação fatal pode acontecer.
Quando é necessário buscar ajuda médica?
A ajuda médica é fundamental quando acontece uma reação grave à picada de abelha, com a presença dos sintomas citados acima, pois pode ser um sinal de anafilaxia. O atendimento médico urgente também é necessário nos casos em que acontecem múltiplas picadas de abelhas, principalmente em crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios ou cardíacos.
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Tratamento para picada de abelha
A picada pode ser tratada mesmo em ambiente doméstico, se forem seguidos os cuidados abaixo:
- Remova o ferrão, arrastando-o de forma suave sobre a pele para puxá-lo para fora. Não é recomendável usar pinças, já que elas podem injetar mais veneno na pele;
- Limpe a ferida com sabão e água;
- Coloque uma bolsa de gelo na pele;
- Observe a lesão com o passar do tempo. Se aparecer inchaço além do local da picada ou sintomas de reações alérgicas, procure um pronto-socorro.
Medicamentos podem ser prescritos para a redução dos sintomas de reações alérgicas em casos graves, como epinefrina, anti-histamínicos e glicocorticoides. Se houver reação anafilática, uma reação alérgica grave que pode ser fatal, pode ser usado um autoinjetor de epinefrina, principalmente nos locais de serviços de emergência médica.
Além disso, alguns cuidados podem ser tomados para evitar que aconteça algum acidente envolvendo picadas de abelha, principalmente se a pessoa for alégica. Veja abaixo:
- Evite áreas conhecidas por ter colmeias;
- Use roupas protetoras;
- Mantenha a calma se encontrar uma abelha;
- Evite movimentos bruscos;
- Não use fragrâncias fortes que possam atrair as abelhas;
- Mantenha a comida e bebidas cobertas quando estiver ao ar livre.
A médica alergista Bruna Gehlen, do Hospital São Lucas da PUCRS, conta que a imunoterapia também ajuda a resolver as consequências das reações graves de picadas. “O tratamento também é conhecido popularmente como vacina da alergia. Ele deve ser realizado somente por médico alergista e imunologista, que é o especialista que cuida desse tipo de doença”, explica ela.
O Ministério da Saúde diz que a imunoterapia visa combater o avanço de doenças ativadas pelo sistema imunológico do paciente, como inchaços e inflamações. Quando há sintomas mais agudos provenientes da picada de abelha, o tratamento ajuda no combate das reações inflamatórias causadas pelo ferrão, que potencializa a alergia.
Por que algumas pessoas têm alergia à picada de abelhas e outras, não?
De forma geral, a reação alérgica pode acontecer quando um alergénio ou agente biológico externo entra em contato com o organismo das pessoas. Em algumas delas, o alergénio faz com que o sistema imunológico reaja a ele reconhecendo-o como um ataque ou ameaça, provocando uma inflamação na zona afetada como forma de proteção.
Algumas pessoas têm maior predisposição que outras para sofrer uma reação alérgica, e isso não depende de um único fator, mas sim de uma combinação de causas genéticas e ambientais, que podem ser desenvolvidas em qualquer momento da vida de alguém. Cada pessoa tem um sistema imunológico diferente, e cada um responde de forma diversa aos agentes alergénios.
Os fatores genéticos facilitam que filhos com pais que sofrem de alergia tenham mais chances de desenvolver uma reação, mesmo que nem todos cheguem a desenvolvê-la. Já os fatores ambientais representam outra das causas que podem propiciar o desenvolvimento de alergias, levando em conta a higiene, o contato com alguns animais, a exposição a infecções, o uso de vacinas e antibióticos, a alimentação, entre outros.
Quando há uma picada em uma pessoa alérgica, o sistema imunológico identifica os agentes estranhos presentes no veneno e ativa a histamina, que é um neurotransmissor que aumenta a circulação sanguínea, causando coceiras, vermelhidão e inchaço. Nos casos mais graves, a reação pode acontecer também em outros órgãos.
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