
Um dos efeitos das mudanças climáticas é o aumento da frequência das ondas de calor. Estes fenômenos extremos também se tornam mais longos e intensos, o que pode trazer grandes prejuízos para a saúde humana.
De acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Hong Kong, a exposição frequente a altas temperaturas pode acelerar o envelhecimento biológico. Os efeitos no nosso organismo são semelhantes aos hábitos de fumar e beber.
Altas temperaturas prejudicam o funcionamento de tecidos, órgãos e células
- O trabalho analisou dados de quase 25 mil adultos em Taiwan ao longo de 15 anos.
- A equipe concluiu que o calor extremo, além do desconforto imediato, pode impactar diretamente a saúde celular e orgânica.
- Os eventos climáticos prejudicam o funcionamento de tecidos, órgãos e células, o que acelera o chamado envelhecimento biológico.
- Para calcular o tamanho deste impacto, os pesquisadores usaram 12 biomarcadores de saúde, incluindo parâmetros do fígado, pulmões e sistema circulatório.
- Eles identificaram que, em períodos de dois anos, a exposição a ondas de calor intensas pode acrescentar de 8 a 12 dias extras no envelhecimento biológico.
- Embora o número pareça pequeno, ele se acumula ao longo do tempo, elevando significativamente os riscos de doenças crônicas.
- As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Nature Climate Change.
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Efeitos cumulativos ao longo da vida
O estudo ainda comparou os efeitos do calor intenso com hábitos conhecidos por prejudicar a saúde. O resultado foi que as ondas de calor influenciam no ritmo de envelhecimento da população de forma semelhante aos atos de fumar e beber.
Cada aumento no nível de exposição às altas temperaturas foi associado a até 0,031 anos adicionais na idade biológica dos participantes da pesquisa. Assim como ocorre com tabaco e álcool, os danos não se limitam a curto prazo, somando efeitos cumulativos ao longo da vida.

Os pesquisadores ainda apontam que os efeitos das ondas de calor não são iguais para todas as pessoas. Pessoas mais velhas são as mais vulneráveis, principalmente se não tiverem acesso a equipamentos como ar-condicionado.
No Brasil, por exemplo, as populações mais pobres também acabam ficando mais expostas, seja pela falta de infraestrutura adequada, seja por atividades laborais em ambientes externos. Por conta disso, os responsáveis pelo trabalho defendem que os governos precisam adotar medidas que reduzam a exposição das pessoas ao calor extremo.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/09/04/medicina-e-saude/acelerador-do-envelhecimento-biologico-ligado-ao-clima-e-apontado-em-pesquisa/