16 de agosto de 2025
Adeus efeito sanfona: descoberta pode revolucionar o tratamento para obesidade
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A obesidade já é considerada uma pandemia. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que mais de 2,5 bilhões de adultos e 390 milhões de crianças estão acima do peso. O problema aumenta o risco de doenças graves, como diabetes tipo 2, problemas cardíacos, doença renal crônica e até vários tipos de câncer.

Pesquisadores do Instituto Salk, nos Estados Unidos, podem ter encontrado o caminho para mudar esse jogo. Eles identificaram dezenas de microproteínas, apelidadas de “proteínas lixo”, que antes eram ignoradas pelos cientistas. Essas moléculas parecem estar diretamente ligadas ao armazenamento de gordura no corpo.

Em verde, excesso de gordura em células de camundongo. Crédito: Salk Institute

Tratamentos disponíveis para obesidade ainda são limitados

Hoje, medicamentos populares como Ozempic e Wegovy ajudam muitas pessoas a perder peso. Mas eles não funcionam para todo mundo, podendo causar efeitos colaterais graves e, muitas vezes, o peso volta pouco depois que o tratamento é interrompido. Por isso, novos tratamentos estão sendo pensados.

Saiba como foi realizado o estudo do Instituto Salk:

  • Uso da tecnologia de edição genética CRISPR para analisar milhares de genes de células de gordura.
  • Descoberta de uma microproteína que controla:
    • Multiplicação das células adiposas.
    • Acúmulo de lipídios.
  • Possibilidade de usar essa microproteína como alvo para desenvolver medicamentos mais eficazes contra obesidade e distúrbios metabólicos.
  • Rastreamento com CRISPR é altamente eficaz na identificação de fatores ligados à obesidade e metabolismo.
  • Quanto mais genes são rastreados, mais microproteínas associadas a doenças são descobertas.
  • Novos alvos identificados podem acelerar o desenvolvimento de futuros medicamentos.

Como a gordura é armazenada pelas células e qual o impacto no corpo humano?

Basicamente, quando as pessoas consomem mais energia do que queimam, essas células acumulam gordura tanto em tamanho quanto em quantidade. Essa energia extra é armazenada na forma de lipídios, e, apesar do corpo conseguir tolerar o excesso de energia, ela pode se acumular em diferentes áreas, danificando órgãos e causando uma inflamação generalizada.

Imagem mostra grupo de ocmida industrializadas açucadas e repletas de sódio.
Excesso de gordura pode se acumular em diferentes áreas, danificando órgãos e causando inflamação generalizada. Crédito: monticelllo/iStock

Essas microproteínas são fundamentais para manter os sistemas do corpo humano equilibrados, mas se estão ausentes, hiperativas ou defeituosas, causam os mais diferentes problemas imunológicos.

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O grande problema enfrentado por pesquisadores no mundo inteiro é que diversos fatores biológicos controlam esse sistema complexo de armazenamento de energia. Isso torna crítica a identificação desses fatores para o desenvolvimento de tratamentos seguros e eficazes.

Da lista descoberta pelos pesquisadores, uma, chamada Adipocyte-smORF-1183, afetou o desenvolvimento e o armazenamento de gordura pelas células adiposas.

Queríamos saber se havia algo que não tínhamos descoberto em todos esses anos de pesquisa sobre processos metabólicos do corpo. Não somos os primeiros a rastrear microproteínas com o CRISPR, mas somos os primeiros a procurar microproteínas envolvidas na proliferação de células de gordura. Este é um grande passo para a pesquisa sobre metabolismo e obesidade.

Victor Pai, pesquisador de pós-doutorado no laboratório de Saghatelian, do Instituto Salk, em nota.

Tratamento potencial pode ser criado?

Homem com pílula de remédio na mão
Esperança é que estudo da molécula leve a novos medicamentos mais eficazes para a obesidade. Crédito: Serbia / iStock

Apesar de fornecer uma luz para o desenvolvimento de novos medicamentos, o tratamento baseado na molécula Adipocyte-smORF-1183 ainda exige mais estudos para que possíveis efeitos colaterais indesejados sejam analisados e novas terapias sejam finalmente criadas.

De acordo com artigo publicado no site New Atlas, o objetivo do estudo é continuar evoluindo na identificação de outras possíveis microproteínas que possam alavancar a criação e novos tratamentos contra a obesidade.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/16/medicina-e-saude/adeus-efeito-sanfona-descoberta-pode-revolucionar-o-tratamento-para-obesidade/