22 de novembro de 2024
Alzheimer: Dieta Keto pode atrasar o desenvolvimento da doença
Compartilhe:

A relação entre o cérebro e o nosso intestino não é novidade nas investigações científicas. Inclusive, o Olhar Digital já abordou como o jejum intermitente pode afetar esse último. Agora, uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia, Davis (UCD), revelou que a Dieta Keto, baseada na restrição severa do consumo de carboidratos, pode retardar os primeiros sinais de perda de memória do Alzheimer.

O que é a Dieta Keto?

A Dieta Keto, também conhecida como dieta cetogênica, consiste em consumir pouquíssima quantidade de carboidratos e muita gordura e proteína. Isso leva o corpo a um estado metabólico chamado cetose, no qual ocorre a queima de gordura como principal fonte de energia, em vez de glicose (açúcar) dos carboidratos. Estudos anteriores com ratos sugeriram que a dieta cetogênica pode estar associada ao aumento da expectativa de vida e à saúde prolongada.

O efeito Keto no cérebro

  • Experimentos com ratos revelaram que a Dieta Keto pode retardar os primeiros sintomas do Alzheimer.
  • Isso acontece porque a dieta eleva a presença de uma molécula chamada beta-hidroxibutirato (BHB), que é associada à memória e à plasticidade cerebral.
  • Foi observado que o BHB melhora a função das sinapses, pequenas estruturas que ligam todas as células nervosas do cérebro.
  • “Quando as células nervosas estão melhor conectadas, os problemas de memória no comprometimento cognitivo leve também melhoram”, explica a pesquisadora Izumi Maezawa para o Science Alert.
A ativação da via ERK/CREB induzida pela dieta cetogênica aumenta a produção de BDNF e a plasticidade sináptica, essenciais para a formação da memória de longo prazo – Imagem: Communications Biology

Leia mais:

  • Alimentação cetogênica: dieta da moda pode ajudar em quadros de Alzheimer, diz estudo 
  • Azeite de oliva pode reduzir risco de morte por demência, diz estudo
  • Alzheimer: alguns alimentos diminuem risco da doença

Mais benefícios para as mulheres

A pesquisa também constatou que a Dieta Keto beneficiou mais os camundongos fêmeas, produzindo níveis mais elevados de beta-hidroxibutirato (BHB). Segundo o pesquisador Gino Cortopassi, isso é uma descoberta interessante:

Se estes resultados forem traduzidos para humanos, isso poderá ser interessante, uma vez que as mulheres, especialmente aquelas que apresentam a variante do gene ApoE4, correm um risco significativamente maior de desenvolver Alzheimer.

Cortopassi ao Science Alert.

A dieta keto faz bem à saúde?

Os médicos ainda não compreendem completamente os possíveis efeitos negativos das dietas cetogênicas em nosso corpo a longo prazo. Apesar disso, as descobertas são um ponto de partida para criar formas de bloquear ou retardar as mudanças no cérebro que levam ao Alzheimer.

A pesquisa foi publicada na revista Communications Biology.

O post Alzheimer: Dieta Keto pode atrasar o desenvolvimento da doença apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/04/11/medicina-e-saude/alzheimer-dieta-keto-pode-atrasar-o-desenvolvimento-da-doenca/