
Um estudo recente conduzido por pesquisadores especializados em Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAP, na sigla em inglês) analisou eventos curiosos no céu registrados antes da era dos satélites artificiais, no período de 1949 a 1957.
Esses fenômenos, chamados de “eventos transitórios”, são flashes ou pontos luminosos que aparecem e desaparecem rapidamente em fotografias astronômicas, sem explicação clara até o momento. As informações são do IFLScience, a partir de um estudo publicado na Royal Astronomic Society.
O que são os eventos transitórios e como foram estudados?
O projeto VASCO — sigla em inglês para “Fontes Que Desaparecem e Aparecem Durante um Século de Observações” — tem se dedicado desde 2017 a buscar essas fontes de luz que somem misteriosamente do céu. Entre 1949 e 1957, o POSS-I (Palomar Observatory Sky Survey) catalogou milhares de eventos transitórios que aparecem em uma foto e desaparecem nas imagens anteriores e posteriores, descartando erros comuns de equipamentos ou defeitos nas chapas fotográficas.
O fato de essas análises focarem no período pré-satélite exclui a interferência de reflexos de satélites artificiais, uma hipótese comum para explicações contemporâneas de objetos luminosos no céu. Os pesquisadores vão além e observam que a incidência desses eventos cai significativamente quando o campo observado está na sombra da Terra, o que sugere uma conexão com reflexos solares.
Enigmas, correlações e hipóteses intrigantes
Os cientistas notaram que esses eventos ocorrem com maior frequência em datas próximas a testes de armas nucleares e a relatos de UAPs em locais como Washington D.C., especialmente durante a “onda UFO” ocorrida em julho de 1952, quando múltiplos objetos voadores não identificados foram avistados durante dias consecutivos pela cidade.

Essas correlações reforçam duas possibilidades principais:
- Que eventos transitórios podem ser causados por reflexos solares em objetos artificiais próximos da Terra, ainda que estranhos dado o contexto pré-satélite.
- Que existe algum fenômeno atmosférico provocado por atividades humanas, como testes nucleares, que geram esses flashes inexplicáveis.
Embora essas teorias sejam especulativas e ainda careçam de comprovação definitiva, os pesquisadores defendem que os eventos transitórios devem ser investigados com mais profundidade, pois representam uma anomalia astronômica significativa.
Segundo eles, esses fenômenos podem tanto revelar novos tipos de eventos astronômicos como, de maneira menos provável, indicar atividade artificial desconhecida perto do planeta.

Por que continuar estudando esses fenômenos?
Para tentar esclarecer essas questões, os cientistas recomendam a revisão contínua dos levantamentos históricos do céu e a aplicação de métodos modernos de análise em observações profundas atuais.
Leia mais:
- Terremotos na Lua podem ameaçar futuras missões, revela estudo
- James Webb encontra possível planeta em estrela “gêmea” mais próxima do Sol
- NASA encontra “coral” em Marte com o rover Curiosity
Estes esforços podem distinguir se os eventos transitórios são defeitos fotográficos, efeitos atmosféricos – ou algum mistério do Universo.
O post Anos 50: Luzes que viajavam pelos céus antes dos satélites intrigam cientistas apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/08/ciencia-e-espaco/anos-50-luzes-que-viajavam-pelos-ceus-antes-dos-satelites-intrigam-cientistas/