
A “praga de Akhetaton” é apontada há anos como um dos motivos para o abandono da cidade de mesmo nome, que já foi uma das capitais do antigo Egito. Há, inclusive, quem defenda que ela possa ter alguma relação com as dez pragas do Egito descritas na Bíblia.
Para os cientistas, no entanto, a opção mais aceita é que tenha se tratado de uma epidemia, possivelmente de gripe, que se espalhou pela região e matou milhares de pessoas. Agora, um novo estudo pretende colocar um ponto final nas discussões sobre o tema.
Praga é descrita em textos antigos
- A cidade, hoje conhecida como Amarna, foi construída durante o reinado de Akhenaton.
- O faraó é conhecido por sua adoração a uma única divindade, o deus do sol Aton, e teria erguido uma nova capital na tentativa de se distanciar das antigas crenças.
- Com a morte de Akhenaton, apenas 20 anos depois da sua construção, o local foi completamente abandonado.
- Uma das possíveis explicações para este fato foi o surgimento de uma peste.
- Essa teoria é apoiada por alguns documentos antigos que citam o que pode ser considerado como uma epidemia antiga.
- No entanto, nenhuma evidência desse episódio havia sido encontrada até hoje.
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Nenhuma evidência de doença contagiosa foi encontrada
No novo estudo, publicado no American Journal of Archaeology, os pesquisadores realizaram uma análise arqueológica e bioarqueológica da cidade e de cemitérios próximos para determinar se uma praga já havia afetado Akhetaton. No total, 889 corpos foram examinados.
A equipe identificou que alguns restos mortais apresentavam sinais de diversos traumas e até de doença articular degenerativa. Entretanto, isso refletia as dificuldades econômicas e sociais da época, não sendo causadas por uma epidemia.

O trabalho ainda revelou que o número total de enterros estava dentro do esperados para a população da cidade e o período de tempo em que foi ocupada. Caso uma praga tivesse, de fato, ocorrido, a mortalidade teria que ser muito maior.
A conclusão dos cientistas foi, portanto, que o abandono da cidade não ocorreu em função de uma epidemia. Eles acreditam que isso foi motivado pela morte do faraó, além da preferência da população pelas crenças antigas e por locais mais consolidados.
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