
Na última quinta-feira (20), pesquisadores fizeram uma descoberta surpreendente nas florestas tropicais das Montanhas Udzungwa, na Tanzânia: uma nova espécie de árvore, batizada de Tessmannia princeps, que pode chegar a três mil anos de vida.
Com alturas que variam entre 35 e 40 metros e troncos que chegam a 2,7 metros de diâmetro, essas imponentes árvores passaram despercebidas pela comunidade científica até o recente achado.
Durante expedições na região, a equipe de pesquisadores identificou a espécie, cujo nome “princeps” – que, em latim, significa “o mais eminente” – faz alusão ao seu destaque na densa floresta.
Uma análise detalhada de um tronco caído revelou a presença de apenas 12 a 15 anéis de crescimento por centímetro, indicando ritmo de desenvolvimento extraordinariamente lento, comparável ao de algumas das árvores mais antigas conhecidas no planeta.
Leia mais:
- 5 árvores que revelam os segredos da evolução da Terra
- Dia da Árvore: Tecnologias que auxiliam no plantio de árvores
- Árvores estão ‘viajando’ entre a Amazônia e a Mata Atlântica
Árvores que vivem milênios!
- Apesar do fascínio que a descoberta desperta, a sobrevivência da Tessmannia princeps está sob ameaça;
- Estima-se que existam apenas cerca de 100 exemplares maduros, concentrados em área muito limitada. Por esse motivo, a espécie já é considerada “vulnerável” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês);
- A continuidade de um projeto de restauração florestal, que visa preservar o habitat natural dessas árvores, é essencial. Sem essa proteção, corre-se o risco de que a espécie seja reclassificada como “criticamente ameaçada“, devido à iminente perda de seu ambiente natural;
- Outro aspecto que torna a Tessmannia princeps única é sua forma de disseminação de sementes. Diferentemente de muitas árvores que dependem do vento ou de animais para espalhar suas sementes, essa espécie adota mecanismo chamado deiscência explosiva;
- Esse método possibilita que as vagens se abram de maneira abrupta, lançando as sementes a distâncias significativas e garantindo a continuidade da espécie em seu habitat.
A descoberta das árvores milenares na Tanzânia ressalta o quão vasto e ainda inexplorado é o universo da biodiversidade.
Publicado na revista científica Phytotaxa, o estudo não só amplia o conhecimento sobre as espécies de árvores gigantes, como, também, reforça a importância de iniciativas de conservação para proteger essas relíquias naturais e seus ecossistemas.

Esta nova espécie, com sua impressionante longevidade e métodos peculiares de propagação, representa verdadeiro tesouro científico e lembrete da riqueza que ainda aguarda ser desvendada em nosso planeta.
O post Árvores milenares com crescimento lento encantam cientistas apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/26/ciencia-e-espaco/arvores-milenares-com-crescimento-lento-encantam-cientistas/